O setor do aço brasileiro espera para este ano crescimento de 10,7% nas exportações, aumento de 6,6% nas vendas internas e de 8,6% na produção. A estimativa foi divulgada hoje (24), em São Paulo, pelo Instituto Aço Brasil.
No entanto, o resultado vai depender das negociações que estão em curso com os Estados Unidos, que passaram a cobrar uma sobretaxa de 25% para o aço importado e de 10% para o alumínio a partir de março. O Brasil está isento temporariamente da cobrança e negocia novos valores com o governo americano, mas ainda não há definição.
“Dependendo do resultado das negociações com os Estados Unidos, obviamente que esse número pode ter um impacto muito grande. Um grande volume destas exportações [um terço do total] é destinada ao mercado americano. O segundo maior mercado de aço do Brasil, com 18% das nossas exportações, é a União Europeia, que vem implementando medidas de salvaguarda porque ela quer proteger o mercado europeu de uma inundação de aço que não vai conseguir entrar no mercado americano”, afirmou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Alexandre Lyra.
Já o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes, disse que o governo americano não definiu as regras – faltando uma semana para o fim das negociações -, mas a sinalização é de que pode ser aplicado o sistema de cotas, que prevê limite para exportação de um determinado produto. No caso, o setor teria que estabelecer os limites para cada empresa. Outro sistema seria a cobrança de tarifa.
O instituto tenta negociar para que os impactos sejam pequenos, principalmente sobre os produtos semi-acabados, que representam 80% das exportações de aço do Brasil.
Na opinião dos dirigentes do Instituto Aço Brasil, a carga tributária imposta ao setor deveria ser menor e o país precisa corrigir as assimetrias competitivas antes de fazer uma abertura comercial. “Defesa comercial não vai contra a livre concorrência. Não temos nada contra a abertura comercial. Se não fôssemos competitivos, como seríamos o segundo maior exportador para o mercado americano? Mas quando a gente exporta, a carga tributária é muito menor do que a carga tributária que é vendida aqui no mercado interno”, disse Lyra.
“Vivemos uma turbulência monumental por causa do excesso absurdo de capacidade [do aço no mundo]. Todas as nações estão se protegendo, como os Estados Unidos, a economia mais liberal. A União Europeia também coloca salvaguarda. Isso é efeito dominó. Todo mundo sai para se proteger”, afirmou Lopes.
No primeiro trimestre deste ano, a produção brasileira de aço bruto somou 8,6 milhões de toneladas, o que significou 4,9% a mais do que nos primeiros três meses do ano passado. Já as vendas para o mercado interno alcançaram 4,4 milhões de toneladas, o que representou crescimento de 11,4% na comparação com o ano anterior.
Informações da Agência Brasil
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