CCR se defende mas não convence: ações derretem

A CCR (CCRO3) realizou nesta segunda, 26, uma teleconferência para falar sobre as notícias que envolvem a companhia.

Mas as explicações não convenceram o mercado: os papéis da CCR desabaram 10%.

Segundo o jornal O Globo noticiou, o ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, é acusado de receber comissões do empresário Adir Assad por tê-lo indicado para participar de um esquema de corrupção a que é atribuído o envolvimento do Grupo CCR.

A revelação foi feita por Adir Assad na delação que foi anexada a um dos processos da Operação Lava-Jato

Por meio da emissão de notas superfaturadas Assad gerava dinheiro em espécie para a concessionária de rodovias.

A CCR concessionária informou ao jornal que não teve acesso à delação e, por isso, não se manifestaria.

Segundo a reportagem, Assad relatou que Paulo Vieira o indicou para conversar com Renato Vale, então presidente da CCR, e com o diretor da empresa José Roberto Meirelles, no primeiro semestre de 2009. Segundo o delator, a parceria foi bem sucedida. Assad disse que, entre 2009 e 2012, as operações com a CCR geraram caixa de até R$ 45 milhões, por meio de diversas concessionárias de rodovias controladas pela CCR.

No sábado, 24, a CCR enviou ao mercado o seguinte comunicado:

“A CCR comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, a respeito das matérias veiculadas na imprensa na última semana, a Companhia esclarece que, alinhada ao seu compromisso de promover o desenvolvimento socioeconômico e ambiental das regiões onde atua, desde a sua fundação, patrocina projetos e eventos esportivos em parceria com diversas empresas.

Todas as iniciativas seguem rigorosamente legislações vigentes e normas de conduta previstas no Código de Conduta Ética da Companhia e na Política da Empresa Limpa. Entre os anos de 2009 e 2012, seguindo nossa política de patrocínio ao esporte, a CCR e algumas de suas concessionárias firmaram contratos com a empresa RockStar para patrocínio de diversos eventos esportivos, tais como Equipe de Resgate da Formula Truck, Equipe de Resgate da Stock Car, Campeonato Paulista de Ciclismo, Equipe de Automobilismo da StockLight, Equipe Star Racing e Campeonato Brasileiro Copa Montana.

Os contratos foram assinados, devidamente contabilizados e todos os comprovantes da efetivação dos serviços contratados estão devidamente catalogados e registrados. As parcerias atingiram o objetivo de divulgação da marca com a presença na mídia de massa por meio da utilização de veículos adesivados nas equipes de resgate das provas, placas de sinalização além de outros espaços publicitários, reforçando os atributos de agilidade, eficiência e segurança na prestação de serviço aos seus usuários.

Em 02 de junho de 2012, a CCR foi surpreendida com a inclusão da empresa Rock Star Produções em matéria veiculada pela revista Veja, onde constavam informações sobre supostas irregularidades relacionadas à referida empresa. Imediatamente, a Companhia solicitou esclarecimentos quanto às informações veiculadas e realizou uma investigação interna para apurar os fatos. Por entender haver eventuais desacordos relacionados às condutas éticas e transparentes que sempre nortearam a atuação da Companhia, a CCR optou por encerrar os contratos firmados com a empresa Rock Star.

Em razão das referidas notícias, por contar com o Programa de Integridade e Conformidade, que garante o cumprimento da ética e da transparência em todos os processos de gestão da empresa e junto a todos os seus públicos de relacionamento, foi instaurado um processo interno de investigação. Como empresa presente no Novo Mercado da B3 (BM&F Bovespa), a CCR é reconhecida, nacional e internacionalmente, pela adoção das mais rígidas práticas de governança corporativa e não faz doações para campanhas eleitorais”.