Publicado às 7h53min
A Petrobras informou nesta quarta, 3, que assinou acordo para encerrar a Class Action em curso perante a Corte Federal de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
O acordo, que será submetido à apreciação do juiz, objetiva encerrar todas as demandas atualmente em curso e que poderiam vir a ser propostas por adquirentes de valores mobiliários da Petrobras nos Estados Unidos ou listados naquele país.
“O acordo elimina o risco de um julgamento desfavorável, que, conforme anteriormente reportado ao mercado, poderia causar efeitos materiais adversos à companhia e a sua situação financeira. Além disso, põe fim a incertezas, ônus e custos associados à continuidade dessa ação coletiva”, esclareceu a estatal em fato relevante.
No acordo proposto para o encerramento da ação, a Petrobras pagará US$ 2,95 bilhões, em 2 parcelas de US$ 983 milhões e uma última parcela de US$ 984 milhões. A primeira parcela será paga em até 10 dias após a aprovação preliminar do juiz. A segunda arcela será paga em até 10 dias após a aprovação judicial final. A terceira parcela será paga em até 6 meses após a aprovação final, ou 15 de janeiro de 2019, o que acontecer por último.
O valor total do acordo impactará o resultado do quarto trimestre de 2017. “O acordo não constitui reconhecimento de culpa ou de prática de atos irregulares pela Petrobras”, afirmou a petroleira.
“No acordo, a companhia expressamente nega qualquer responsabilidade. Isso reflete a sua condição de vítima dos atos revelados pela Operação Lava Jato, conforme reconhecido por autoridades brasileiras, inclusive o Supremo Tribunal Federal”, destacou.
A Petrobras já recuperou R$ 1,475 bilhão no Brasil e afirmou que continuará buscando todas as medidas legais contra as empresas e indivíduos responsáveis.
“O acordo atende aos melhores interesses da companhia e de seus acionistas, tendo em vista o risco de um julgamento influenciado por um júri popular, as peculiaridades da legislação processual e de mercado de capitais norte-americana, bem como o estágio processual e as características desse tipo de ação nos Estados Unidos, onde apenas aproximadamente 0,3% das class actions relacionadas a valores mobiliários chegam à fase de julgamento”, enfatizou.
O acordo será submetido à apreciação do juiz, que, após aprovação preliminar, notificará os membros da Classe. Após avaliar eventuais objeções e realizar audiência para decidir quanto à razoabilidade do acordo, o Juiz decidirá sobre a sua aprovação definitiva.
As partes pedirão à Suprema Corte norte-americana que adie, até a aprovação final do acordo proposto, a decisão quanto à admissibilidade de recurso apresentado pela Petrobras, o que estava previsto para o dia 05/01/2018.
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