MANCHETE SECUNDÁRIA

Governo desiste de flexibilizar regra de ouro

Brasília – ministro do Planejamento Dyogo Oliveira (Wilson Dias/Agência Brasil)

 

Publicado às 16h31min

O governo desistiu de modificar a regra que limita o endividamento público. De acordo com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, somente após a conclusão da votação da reforma da Previdência, o Executivo retomará as discussões em torno do tema, mas está descartada a possibilidade de suspensão ou flexibilização das exigências.

Introduzida pelo Artigo 157 da Constituição de 1988, a regra de ouro estabelece que o governo só pode se endividar para fazer investimentos (como obras públicas e compra de equipamentos) ou para refinanciar a dívida pública. Gastos correntes do governo federal, como salários de servidores, serviços, passagens e diárias, não podem ser financiados pela dívida pública.

“A situação para 2018 está equacionada. Existem sim, discussões e preocupações com os anos futuros. O que achamos é que essa não é discussão adequada para este momento. O assunto surgiu, à medida que existe proposta parlamentar sobre isso. A prioridade agora é resolver a situação fiscal do país, com reforma da Previdência. Esse é nosso foco de atenção e nossa prioridade”, declarou Meirelles em entrevista hoje (8).

Segundo Meirelles e Oliveira, a manutenção da regra de ouro foi decidida em reunião na manhã desta segunda-feira entre os ministros da equipe econômica e o presidente Michel Temer, que pediu mais estudos sobre a questão. Meirelles informou que a devolução de R$ 130 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro garantirá o cumprimento do limite em 2018. O ministro do Planejamento, no entanto, estimou que haverá um buraco de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões para 2019.

Ao sair de um evento evangélico na última sexta-feira (5), Meirelles tinha dito que o próximo governante que assumirá em 2019 terá dificuldades em cumprir a regra de ouro. O ministro tinha sugerido um sistema de contrapartidas, como o do teto de gastos.

Pela proposta do ministro, quando a União se endividar mais que o permitido em determinado ano, seriam adotadas contrapartidas para os anos seguintes, como o congelamento de despesas obrigatórias. Segundo Meirelles, a sugestão de suspender a regra de ouro por alguns anos partiu de parlamentares e não tem o apoio da equipe econômica.

Trava fiscal

Segundo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional no fim de dezembro do ano passado, desde a promulgação da Constituição, a regra de ouro só foi descumprida uma vez, em meados de 2011.

No entanto, no fim daquele ano (período que é levado em conta pela Constituição), o limite voltou a ser cumprido. Por causa dos elevados déficits fiscais em 2015, 2016 e 2017, no entanto, o governo esteve próximo de descumprir a regra.

Em 2017, o teto não foi desrespeitado porque o Tesouro recebeu R$ 50 bilhões de títulos públicos em poder do BNDES.

Informações da Agência Brasil

 

 

Published by
Redação

Recent Posts

Eventos que podem impactar a Bolsa nesta semana

Publicado às 21h20     Eventos no radar do mercado nesta semana: Inflação nos EUA…

12 de maio de 2024

Taesa, Bradespar, CPFL, Santander e outras companhias pagam dividendo nesta semana. Veja a agenda:

  Publicado às 18h   Segunda, 13 Ouro Fino (OFSA3) A Ouro Fino (OFSA3) paga…

12 de maio de 2024

Agenda de resultado do 1T24 na semana, notícia da Yduqs, M.Dias, Energisa, Oi, Marisa e estudo de ações

  Publicado às 13h43     Estudo de ações da Bolsa Assista ao estudo do…

12 de maio de 2024

Assista ao estudo do Ibov, Vale3, Petr4, Mrve3, Bbas3, Tots3, Vbbr3 e de Azul4

  Publicado às 13h12   Assista ao estudo do Ibovespa, Vale3, Petr4, Mrve3, Bbas3, Tots3,…

12 de maio de 2024

São Carlos (SCAR3) anuncia recompra de ações

  Publicado às 22h40   O conselho de administração da São Carlos (SCAR3) aprovou um…

11 de maio de 2024