Publicado às 21h38min
A S&P Global Ratings realizou na sexta-feira, 12, múltiplas ações nos ratings de entidades corporativas brasileiras após o rebaixamento dos ratings de crédito soberanos de longo prazo atribuídos na escala global ao Brasil, de ‘BB’ para ‘BB-’.
“Os ratings da maioria dessas empresas são diretamente influenciados pelos ratings do Brasil, seja em razão da limitação de seus ratings ao rating soberano seja porque já são avaliadas no número máximo de degraus acima dos ratings soberanos”, explicou a agência de classificação de risco.
Os ratings das entidades listadas no Grupo 1 são limitados ao rating soberano. Dessa forma, foram rebaixados seus ratings na escala global para ‘BB-’. A maioria dessas empresas é concessionárias de serviço de utilidade pública reguladas e rodovias pedagiadas, cujas tarifas são determinadas pelo órgão regulador.
“Em nossa opinião, essas entidades podem ser afetadas por uma regulação mais rígida em um cenário de estresse soberano, e não gerariam ou manteriam caixa suficiente para honrar suas obrigações financeiras em um cenário de default soberano”, explicou a S&P.
A maioria dessas empresas tem seus ativos localizados principalmente no Brasil. Nesse sentido, suas receitas dependem da economia doméstica e suas dinâmicas de negócios são altamente sensíveis a desacelerações econômicas.
• Algar Telecom S/A (brAA-/Estável/–);
• Arteris S.A. (brAA-/Estável/–);
• Autoban – Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A. (brAA-/Estável/–);
• Autopista Fernão Dias S.A (brAA-/Estável/–);
• Autopista Planalto Sul S/A. (brAA-/Estável/–);
• Cachoeira Paulista Transmissora de Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• Camil Alimentos S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• CCR S.A. (brAA-/Estável/–);
• Centrais Elétricas do Pará S.A. (brAA-/Estável/–);
• Chapada do Piauí I Holding S.A. (brAA-/Estável/–);
• Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Companhia de Gás de São Paulo – Comgas (brAA-/Estável/–);
• Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Companhia Energética do Rio Grande do Norte (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Companhia Paulista de Força e Luz (brAA-/Estável/–);
• Companhia Piratininga de Força e Luz (brAA-/Estável/–);
• Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A. (brAA-/Estável/–);
• Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A. (brAA-/Estável/–);
• Cosan Ltd., Cosan S.A. Indústria e Comércio, e Cosan Lubrificantes e Especialidades S.A. (BB/Estável/–);
• CPFL Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• Cyrela Brazil Realty S.A. Empreendimentos e Participações (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. (brAA-/Estável/–);
• EDP Espírito Santo Distribuição de Energia S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• EDP São Paulo Distribuição de Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• Elektro Redes S.A. (brAA-/Estável/–);
• Energisa Paraíba-Distribuidora de Energia S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Energisa S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Energisa Sergipe-Distribuidora de Energia S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Equatorial Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• Estácio Participações S.A. (brAA-/Estável/–);
• Iracema Transmissora de Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• JSL S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–); • Magazine Luiza S.A. (brAA-/Estável/–);
• MRS Logística S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–); • MRV Engenharia e Participações S.A. (brAA-/Estável/–);
• Neoenergia S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/brA-1);
• Rede D’Or São Luiz S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/–);
• Rio Grande Energia S.A. (brAA-/Estável/–);
• Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A. (brAA-/Estável/–);
• Santos Brasil Participações S.A. (brAA-/Estável/–); S&P Global Ratings 3
• Terminal de Contêineres de Paranaguá S.A (brAA-/Estável/brA-1);
• Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (BB-/Estável/–; brAA-/Estável/brA-1).
Os ratings das entidades vinculadas ao governo Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras S.A. e Itaipu Binacional refletem os ratings soberanos do Brasil. “Em nossa opinião, a probabilidade de o governo brasileiro prover suporte extraordinário tempestivo e suficiente à Eletrobras em caso de estresse financeiro é quase certa, e à Itaipu Binacional, extremamente alta. Dessa forma, os ratings de ambas as entidades são equiparados aos ratings soberanos”, afirmou a S&P.
Foram rebaixados em um degrau os ratings na escala global das entidades do Grupo 2, embora eles ainda permaneçam acima do rating soberano. Algumas dessas entidades também são amplamente expostas à economia brasileira, mas suas finanças são saudáveis em virtude de seus níveis de dívida muito baixos, suas posições de caixa bastante robustas, porque possuem ativos internacionais ou negócios voltados à exportação, ou em razão da venda de energia exclusivamente no mercado livre, que é menos sujeito à intervenção regulatória ou do governo.
Essas empresas são atualmente avaliadas no número máximo de degraus acima do rating soberano, dada sua exposição relativa ao risco-país.
• Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. (BB+/Estável/–; brAAA/Estável/–)
• AmBev S.A. (BBB/Estável/–; brAAA/Estável/–)
• Globo Comunicação e Participações S.A. (BB+/Estável/–)
• Rio Paranapanema Energia S.A (BB/Estável/–; brAA+/Estável/–)
Sobre a Braskem (BBB-/Negativa/–; brAAA/Estável/–) a agência afirmou: “mudamos sua visão da sensibilidade a Braskem à economia brasileira, pois a empresa conseguiu exportar parte significativa de seus produtos, graças à natureza comoditizada de seus produtos petroquímicos. Embora o aumento das exportações normalmente resulte em margens mais baixas, essa possibilidade fortalece a resiliência dos negócios da Braskem a um cenário de estresse soberano, em nossa opinião. Esse fator, em conjunto com suas unidades industriais localizadas fora do Brasil, respalda nossa decisão de reafirmar os ratings da Braskem”.
Sobre a Embraer, a S&P fez a seguinte avaliação: “reafirmamos os ratings da Embraer, sobretudo porque esperamos que suas instalações internacionais ganhem relevância na geração de fluxo de caixa do grupo”.
Sobre a Iguatemi Empresa de Shopping Centers S.A. (brAAA/Estável/–) e a Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (brAAA/Estável/–) a S&P destacou: “reafirmamos os ratings da Iguatemi e da Multiplan e alteramos as perspectivas deles de negativa para estável, em função da maior resiliência de seus negócios nos últimos três anos, o que permite uma maior diferenciação em relação ao limite do rating soberano. As receitas dos shopping centers são correlacionadas as despesas com consumo pessoal. Entretanto, o foco dessas empresas em clientes de alta renda, a localização estratégica de seus imóveis, e o uso conservador de dívidas (totalmente denominadas em moeda local) proporcionam resiliência contra cenários hipotéticos de default soberano”.
Sobre a Localiza Rent a Car S.A. (BB+/Estável/–; brAAA/Estável/–) os analistas ressaltaram: “alteramos a diferença máxima dos ratings da Localiza em relação ao rating em moeda estrangeira do Brasil de um para dois degraus. Isso reflete nossa opinião de que a empresa foi capaz de gerar fluxos de caixa livre durante a desaceleração macroeconômica nos últimos três anos, o que a proporcionaria um colchão em um estresse soberano hipotético. Nesse contexto, reafirmamos os ratings da Localiza e alteramos a perspectiva deles em ambas as escalas de negativa para estável”.
Sobre a Lojas Renner S.A. (brAAA/Estável/–): “reafirmamos os ratings da Lojas Renner e alteramos a perspectiva deles de negativa para estável, refletindo o desempenho da empresa nos últimos três anos. Em nossa visão, a empresa está agora ligeiramente mais resiliente, sobretudo em função de sua capacidade de manter o crescimento no conceito de vendas mesmas lojas, da sólida rentabilidade, e de suas obrigações de dívida gerenciáveis”.
Sobre a Ultrapar Participações S.A. (BB+/Estável/–; brAAA/Estável/–): “reafirmamos os ratings da empresa e alteramos a perspectiva deles de negativa para estável em ambas as escalas. Reavaliamos a resiliência da Ultrapar a um estresse soberano, o que permite que a empresa seja agora avaliada em até dois degraus acima do rating em moeda estrangeira do Brasil. O negócio de distribuição da Ultrapar tem forte vínculo com a economia brasileira, mas, conforme observado nos últimos três anos, as receitas da empresa se mostraram mais resilientes do que esperávamos.
No grupo 3 estão as empresas que a S&P reafirmou os ratings, refletindo a folga em seus respectivos limites em relação ao rating soberano. refletindo a folga em seus respectivos limites em relação ao rating soberano.
• Adecoagro S.A. (BB/Estável/–);
• BRF S.A. (BBB-/Estável/–; brAAA/Estável/–);
• Companhia Brasileira de Distribuição (brAAA/Estável/–);
• Fibria Celulose S.A. (BBB-/Estável/–);
• Gerdau S.A. e Gerdau Ameristeel Corp. (BBB-/Negativa/–; brAAA/Estável/–);
• Iochpe-Maxion S.A. (brAA/Estável/–); S&P Global Ratings 6
• Klabin S.A. (BB+/Estável/–; brAAA/Estável/–);
• Magnesita Refratários S.A. (BB/Estável/–; brAA/Estável/–);
• Natura Cosméticos S.A. (BB/Negativa/–; brAA-/Negativa/–);
• Qualicorp S.A. (brAAA/Estável/–);
• São Martinho S.A. (BB+/Positiva/–; brAAA/Estável/–);
e • Suzano Papel e Celulose S.A. (BB+/Positiva/–; brAAA/Estável/–).
Sobre a Vale, a S&P afirmou: “reafirmamos os ratings da Vale S.A. (BBB-/Positiva/–); brAAA/Estável/–) e da Vale Canada Ltd. (BBB/Positiva/–) e mantivemos inalterada a perspectiva positiva dos ratings na escala global. Essas ações baseiam-se em nossa visão de ao menos uma em três chances de elevarmos os ratings, mesmo com a avaliação de T&C do Brasil no nível ‘BB+’, pois as receitas da Vale fora do Brasil devem continuar crescendo, potencialmente excedendo 35% de suas receitas consolidadas. Isso, em nossa opinião, justifica seus ratings dois degraus acima da avaliação de T&C do Brasil. Entretanto, aprofundaremos nossa avaliação da sensibilidade desses negócios à volatilidade de preços e de sua importância estratégica para a Vale ao longo do tempo”.
Sobre a Petrobras, a agência enfatizou: “reafirmamos os ratings da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras (BB-/Estável/–; brA+/Estável/–), refletindo seu SACP ‘bb-’ e o vínculo da empresa com o governo soberano. Os ratings são agora limitados ao rating do Brasil”.
Com relação a Hypermarcas, a S&P revisou a perspectiva do rating na escala global da companhia de positiva para estável, uma vez que os ratings mais baixos do Brasil limitam o potencial de elevação dos ratings da empresa.
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