Imagine a seguinte situação: você vai ao banco e seu gerente oferece um título de capitalização que concorre a vários prêmios, como veículos e dinheiro. Sem muito tempo para saber mais detalhes você aceita. Essa compra, quase que por impulso, pode não ser o melhor investimento para seu bolso.
Ocorre que muitos especialistas consideram o título de capitalização apenas uma forma de aplicação, mas não um investimento porque a rentabilidade é muito baixa. Discussões à parte, é importante que antes de aplicar você saiba bem como funciona para que não compre por impulso um produto financeiro que sequer repõe a perda com a inflação.
Título de Capitalização é uma forma de poupar uma certa quantia mensalmente. A pessoa que o compra assume um compromisso mediante um contrato de que durante um determinado período fará aportes periódicos para somente depois do período de carência realizar a retirada do dinheiro.
Um detalhe importante: se você quiser sacar o dinheiro antes do fim do contrato não vai recebê-lo todo de volta, mas apenas um percentual conforme definido no contrato.
Muita gente investe em um título de capitalização porque concorre a prêmios como dinheiro ou automóveis. Nesse aspecto funciona quase como uma loteria em que a sorte é o principal fator para se ganhar. Mas o investidor consciente sabe que o fundamental em uma boa aplicação financeira é que a rentabilidade supere a inflação e nesse aspecto o título de capitalização deixa muito a desejar. Esse produto consegue ter um desempenho pior que o da Poupança. A rentabilidade é atrelada a TR (taxa referencial), que em 2016 rendeu apenas 2,01% ao ano. Para se ter uma ideia, a poupança rendeu 8,3% no ano passado.
Quem tem dinheiro aplicado nesses títulos obtém uma rentabilidade tão baixa que sequer repõe a inflação, ou seja, o ‘investidor/apostador’ está perdendo dinheiro ao longo do tempo. Caso não ganhe nada nos sorteios, vai ter prejuízo.
Basicamente deve-se analisar o prazo de carência, as taxas a pagar, as penalidades ao cancelar ou não pagar a mensalidade do título de capitalização. Essas informações estão nas Condições Gerais do Título. Não compre sem ler esse regulamento antes.
Muita gente se pergunta se ao resgatar o título no final do prazo de vigência a pessoa recebe tudo o que foi pago. A resposta irá variar de plano para plano. Não há obrigação prevista em lei para que o resgate seja igual ao montante pago. Cada instituição financeira define no seu plano o percentual.
Os planos de capitalização são fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados. A SUSEP é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
Da mesma forma que os bancos, as empresas de capitalização também estão sujeitas às normas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
E não esqueça que o título de capitalização só pode ser comercializado pelas Sociedades de Capitalização devidamente autorizadas a funcionar.
O artigo foi redigido com base na opinião de especialistas consultados pela reportagem. Esse portal não faz qualquer tipo de recomendação de investimento e não se responsabiliza por perdas, danos diretos ou indiretos e lucros cessantes resultantes de decisões tomadas a partir de seu conteúdo, gráficos, tabelas ou vídeos.
Procure sempre um profissional certificado por entidade reguladora para obter recomendações, análises ou consultoria sobre investimentos financeiros. Para mais detalhes acesse o site da Comissão de Valores Mobiliários: www.cvm.gov.br
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