CMSE vai pedir a Petrobras que viabilize combustível para usinas termelétricas
Diante da previsão de que o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas fique abaixo do verificado em 2014, ano mais crítico do histórico recente, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta quarta que vai encaminhar à Petrobras um pedido para “viabilizar” combustível para as termelétricas que estão operacionalmente disponíveis, mas paradas por falta de insumo.
“O comitê encaminhará correspondência à Petrobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível a essas usinas”, informou o colegiado em nota divulgada esta noite.
Em setembro, o CMSE decidiu retomar a operação de três usinas termelétricas que estavam paradas: Araucária, Cuiabá, Termonorte II. Segundo o comitê, por serem movidas a gás, elas “são capazes de produzir energia a preços mais competitivos se comparados com os de outras usinas térmicas.”
Na ocasião, o CMSE optou por não acionar as termelétricas mais caras, o chamado “despacho fora da ordem de mérito” mas aprovou, se necessário, o aumento da importação de energia elétrica da Argentina e do Uruguai “na medida em que for possível”.
Energia mais cara
Por causa da previsão de escassez de chuvas, a bandeira tarifária das contas de luz em outubro será a vermelha patamar 2, com taxa extra de R$ 3,50 a cada 100 quilowatt/hora (kWh) consumidos.
De acordo com o comitê, para o final de novembro de 2017, quando tipicamente começa o reabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas, a expectativa é que os armazenamentos dos subsistemas Sul, Nordeste e Norte ainda fiquem abaixo do volume de 2014. O Subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar armazenamento próximo ao verificado naquele ano.
As previsões recentes, segundo o comitê, indicam que as chuvas ficarão abaixo da média climatológica em grande parte do Brasil nos próximos dias, com exceção de algumas localidades das regiões Sul e Norte.
Apesar da previsão de chuvas abaixo da média, o CMSE reafirmou que as condições de abastecimento e o atendimento do mercado de energia no país estão assegurados. “O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste”.
São Francisco
O CMSE voltou a chamar atenção para a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Xingó, Três Marias e Sobradinho, na Bacia do Rio São Francisco. Em julho, a Agência Nacional das Águas (ANA), havia determinado, em razão das secas, a redução na liberação mínima de água nos reservatórios ao menor patamar dos últimos anos.
Na ocasião, a agência disse que a medida visava “preservar os estoques de água dos reservatórios da Bacia do Rio São Francisco até o final do período seco e início do próximo período chuvoso, que costuma acontecer a partir de dezembro”.
A vazão da Hidrelétrica de Xingó foi reduzida no dia 18 de setembro para 560 metros cúbicos por segundo (m³/s) e, desde de 2 de outubro, caiu para 550 m³/s. Em Sobradinho, a vazão permanece em 580m³/s, mas será reduzida para 550 m³/s a partir de 9 de outubro.
Segundo simulações do Operador Nacional do Sistema (ONS), em novembro, o nível do reservatório de Três Marias pode chegar a 4,2%, e o de Sobradinho, a 0%. Segundo o CMSE, com base nessa estimativa, é importante “que sejam adotadas medidas necessárias para preservação dos estoques dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcionar segurança hídrica para a bacia no próximo ano.”
Informações da Agência Brasil