Governo fatura R$ 12,1 bi com leilão de usinas da Cemig

27 de setembro de 2017 Por Redação
Usina de São Simão (Divulgação - Cemig)

Usina de São Simão (Divulgação – Cemig)

 

Publicada às 11h02min

Atualizada às 13h54min

O governo federal arrecadou R$ 12,1 bilhões com o leilão de quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O leilão foi realizado hoje (27)  na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), antiga BM&F Bovespa, centro da capital paulista.

O primeiro lote, da hidrelétrica de São Simão, em Goiás e Minas Gerais, foi arrematado pelo grupo chinês Spic Pacif Energy PTY, única proposta oferecida, por R$ 7,18 bilhões, ágio de 6,51%.

Venceu a disputa pelo segundo lote, referente à hidrelétrica Jaguara, em Minas Gerais e São Paulo, o Consórcio Engie Brasil Minas Geração, por R$ 2,17 bilhões, ágio de 13,59%.

O Consórcio Engie também arrematou o terceiro lote, da hidrelétrica de Miranda, Minas Gerais, por R$ 1,36 bilhão, ágio de 22,42%.

O último lote, de Volta Grande, em Minas Gerais e São Paulo, foi arrematado pela Enel Brasil S.A., com ágio de 9,84% e valor de R$ 1,4 bilhão. Todos os contratos têm prazo de 30 anos.

O montante arrecadado será usado pelo governo para tentar fechar as contas deste ano, com o déficit previsto de R$ 159 bilhões.

Os vencedores ofertaram o maior valor de notificação pela outorga, respeitado o valor mínimo para cada usina.

Protesto

Do lado de fora, movimentos sindicais protestavam contra o pregão. Durante o certame, alguns manifestantes conseguiram entrar na B3 e protestaram segurando cartazes contrários à privatização. Eles argumentam que o leilão entregará o patrimônio nacional para estrangeiros, o que implicará no aumento das contas de luz.

Ágio de 9% mostra baixa percepção de risco em leilão de usinas, diz ministério

O ágio médio de 9,73% no leilão foi significativo, avalia Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.

Para Pedrosa, o percentual demonstra a baixa percepção de risco por parte dos investidores, apesar de as usinas leiloadas serem alvos de disputas entre a Cemig e o governo. As concessões das hidrelétricas à Cemig serão encerradas este ano, mas, para a empresa, os contratos em vigor preveem a renovação automática.

“Em todo processo de concessão sempre há, no Brasil, um certo questionamento. [Os proponentes] fizeram propostas concretas, com valores significativos. Foi leilão com ágio em todos os processos, que demonstram que a percepção de risco não é significativa”, disse Pedrosa. De acordo com o ministro, a expectativa de que a Cemig participasse da disputa de hoje era grande, mas a companhia não apresentou propostas.

Empresas

Representantes das empresas que arremataram lotes no leilão, o grupo chinês Spic Pacif Energy PTY e o Consórcio Engie Brasil Minas Geração, reafirmaram que acreditam nas leis do país e na solução da questão com a Justiça. O Consórcio Engie complementou que, há 20 anos presente no país, respeita os compromissos ambientais, sociais e trabalhistas bresileiros.

 

Informações da Agência Brasil