Publicado às 20h48min
A JBS (JBSS3) anunciou em fato relevante na noite desta segunda, 18, as primeiras medidas de José Batista Sobrinho como presidente da companhia.
Uma delas foi a criação da função de COO (Chief Operating Officer) Global e a designação de Gilberto Tomazoni para a posição. Tomazoni está na empresa desde 2013, tendo ocupado as posições de presidente da divisão de aves, presidente da Seara e presidente global de operações. O executivo tem mais de 30 anos em posições de liderança no setor de alimentos e é presidente do Conselho de Administração da Pilgrim’s Pride Corporation.
Também foi feita a nomeação de Wesley Batista Filho para a função de presidente das operações da JBS na América do Sul, reportando-se a Gilberto Tomazoni. Batista Filho era até esta data presidente da divisão de carne bovina da JBS USA e foi eleito diretor estatutário da companhia em reunião do Conselho de Administração no último sábado, 16.
José Batista Sobrinho manteve o executivo André Nogueira como presidente da JBS USA, função que já ocupa desde 2012 e que inclui o comando de todas as operações na América do Norte e na Austrália. Nogueira também se reportará ao COO.
“A criação do cargo de COO e a nova estrutura de gestão possibilitará a entrega de resultados cada vez mais robustos”, afirmou José Batista Sobrinho.
A escolha de José Batista Sobrinho como presidente da companhia derrubou a cotação dos papéis e a JBS perdeu quase R$ 955 milhões em valor de mercado nesta segunda-feira.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, comunicou hoje (18), por meio de nota, que solicitou à área jurídica do banco que peça à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou à Câmara Arbitral um posicionamento sobre a decisão tomada na reunião do conselho de administração da JBS, no sábado (16) à noite, que elegeu o fundador da companhia, José Batista Sobrinho, pai de Wesley e Joesley Batista, como novo presidente executivo da empresa.
O BNDES detém 21,3% do capital da JBS, por meio de sua subsidiária BNDES Participações. “A CVM é quem pode arbitrar. É preciso que a CVM se manifeste, com uma decisão regulatória, no sentindo de esclarecer a aplicação da Lei 6.404/76 [Lei das Sociedades Anônimas]”, disse Castro. “Nós queremos, exigimos e vamos conseguir melhor a governança nessa companhia [JBS], porque existe dinheiro do Brasil e de todos os brasileiros nela”.
O presidente do BNDES disse que não estava questionando o voto da conselheira indicada pelo banco na reunião do conselho da JBS, mas sim a convocação do encontro feita apressadamente, após a vacância do cargo na manhã do dia 13 com a prisão de Wesley Batista, que até então exercia o cargo de presidente. “Essa reunião foi feita fora de um dia útil [em um sábado à noite], foi revestida de todos os detalhes de excepcionalidade”, disse Castro. Na sua avaliação, as ações dos controladores revelam evidências do “conflito de interesses” apontado pelo banco anteriormente junto à CVM e ao Judiciário.
O BNDES cobrou que a JBS apure as responsabilidades por prejuízos causados à empresa por administradores, ex-administradores e controladores envolvidos em atos ilícitos recentes e por eles já confessados, ao mesmo tempo em que defende a boa governança na empresa, por meio da profissionalização da gestão, além da reformulação da diretoria executiva e do conselho de administração.
Informações da Agência Brasil e Finance News
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