MANCHETE SECUNDÁRIA

Petistas falam em condenação política; opositores veem decisão histórica

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

 

A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro repercutiu entre os parlamentares hoje (12) na Câmara dos Deputados e no Senado. A sentença foi proferida pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância.

No início da tarde, quando a condenação foi divulgada, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara estava reunida para analisar a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer pelo crime de corrupção passiva. A notícia da sentença de Lula repercutiu entre os membros do colegiado.

O líder do DEM, Efraim Filho (PB) , defendeu que a sentença foi “baseada na lei, nos fatos e nas provas”. “[A condenação] significa o fortalecimento do combate à corrupção e à impunidade. E é uma lição didática para o cidadão brasileiro para mostrar que acabou-se o tempo em que os poderosos não enfrentavam a Justiça”, disse.

Já o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), aproveitou seu tempo de fala durante o debate na CCJ para criticar a decisão de Moro. “Mais uma vez o juiz Sérgio Moro apresenta um julgamento no momento em que está sendo avaliado o afastamento do presidente Michel Temer. Então, é evidente a ação política do juiz neste momento importante da política nacional.”, declarou Zarattini.

Senado

Presidenta nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) foi à tribuna para criticar a sentença de Moro. Na avaliação de Gleisi, a condenação do ex-presidente é “política”, “sem provas” e tem como objetivo inviabilizar a candidatura do líder petista à presidência da República em 2018.  Além dos 9 anos e meio de prisão, a sentença de Moro determina a interdição de Lula para exercer cargo ou função pública por 19 anos.

“Se vocês querem tirar o Lula da vida política, sejam decentes, sejam corajosos, lancem um candidato e disputem nas urnas”, disse a senadora.

Também na tribuna, Álvaro Dias (Podemos-PR) defendeu que trata-se de uma decisão emblemática que sinaliza para o surgimento de uma nova Justiça no país. “Até aqui, o conceito era de que a Justiça alcançava somente os pobres, mas agora ela alcança os poderosos e se torna igual para todos”, disse. O mesmo tom foi adotado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), que afirmou que “ninguém está acima da lei” e que “não há porque duvidar do juiz Sérgio Moro”

Já o senador petista Lindbergh Farias (RJ) classificou a condenação como “um escândalo”, porque segundo ele não há provas”. “É escandaloso,é a desmoralização da Justiça brasileira. Aécio [senador Aécio Neves, denunciado na delação da JBS] eles libertam e condenam o Lula sem provas. Não dá para aceitar. Eles querem impedir Lula de ser candidato. Lula cometeu o grande crime de estar liderando todas as pesquisas de opinião” disse.

Informações da Agência Brasil

 

 

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Redação

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