MANCHETE PRINCIPAL

Bendine pagou imposto sobre a propina recebida da Odebrecht

Ex-presidente da Petrobras e do BB, Aldemir Bendine (Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)

 

O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine pagou o imposto, em 2017, sobre a propina recebida da Odebrecht em 2015, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Ele foi preso hoje (27) em São Paulo por ocasião da 42ª fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Cobra, em referência ao codinome de Bendine nas planilhas da empreiteira.

Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, integrante da força-tarefa da Lava Jato no MPF, Bendine tentou declarar os valores ilícitos como oriundos de uma suposta consultoria prestada à Odebrecht.

“Não houve contrato, não houve justificativa para a diminuição de uma consultoria no valor de R$ 17 milhões para R$ 3 milhões, valor que realmente foi pago. Tampouco não fazia qualquer sentido o recolhimento de impostos já em 2017. Para o MPF, esse recolhimento de imposto significa uma tentativa de ocultar e dissimular a origem criminosa dos valores e também ludibriar as investigações e obstruir a Justiça”, afirmou Costa.

A deflagração da Operação Cobra teve por base as delações premiadas do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e do ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis. Segundo os depoimentos, Bendine pediu R$ 17 milhões em propina, ainda quando presidente do Banco do Brasil, para rolar uma dívida da Odebrecht Agroindustrial. Os delatores afirmam que este pedido foi negado pela empreiteira.

Pouco antes de assumir a presidência da Petrobras, ainda segundo as delações, Bendine solicitou propina novamente, sob o argumento de que poderia prejudicar a Odebrecht na petrolífera — inclusive em relação à Operação Lava Jato. Dessa vez, a empreiteira avaliou que poderia realmente ser prejudicada e aceitou pagar R$ 3 milhões em propina.

“É um caso muito interessante e relevante, porque o alvo principal é ex-presidente do Banco do Brasil, ex-presidente da Petrobras, num período em que a Lava Jato já estava em pleno funcionamento, ele deixa o BB e assume essas funções na Petrobras”, disse o delegado Igor Romário de Paula, responsável pelo combate ao crime organizado na Polícia Federal no Paraná.

O procurador Athayde Costa também comentou sobre a atividade criminosa em pleno funcionamento da Lava Jato. “As provas de que o presidente da Petrobras nomeado para acabar com a corrupção na companhia estava praticando corrupção é realmente de assustar a todos nós. É indignante que, durante o escândalo de corrupção, pessoas utilizavam a companhia para praticar crimes e auferir recursos, segundo as evidências até então colhidas”, disse.

Delações

Apesar de a Operação Cobra ter sido deflagrada a partir das delações da Odebrecht, a força-tarefa ressaltou que os depoimentos foram apenas um ponto de partida para as investigações. Segundo o MPF, foram colhidas provas de encontros em restaurantes e hotéis, além de recuperadas conversas de texto trocadas entre os envolvidos por meio de um aplicativo de celular que destrói as mensagens automaticamente.

“Isso é importante pontuar porque, vez ou outra, criticam as colaborações a pretexto de que seriam apenas elas as razões de um pedido de prisão. Não [é verdade]. A razão de pedidos de prisão são as provas de corroboração que são colhidas durante a investigação”, enfatizou o procurador Athayde Costa.

Ainda segundo a força-tarefa da Lava Jato, a investigação não encontrou evidências de participação criminosa da ex-presidente Dilma Rousseff neste caso. Bendine assumiu a presidência da Petrobras em 2015 por indicação da petista.

“Segundo os colaboradores, [Bendine] havia utilizado mão da então presidente da República para se promover perante os empreiteiros. Nada foi apontado em termos concretos de movimento da então presidente Dilma”, disse Costa.

A PF informou, ainda, que os três alvos da Operação Cobra – Aldemir Bendine e os operadores financeiros André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior – já foram presos e estão sendo transportados para Curitiba.

Informações da Agência Brasil

 

 

 

Published by
Redação

Recent Posts

Notícia do BB, Carrefour, Tim, Telefônica Brasil, Hapvida, Equatorial, Elektro Redes e da B3

  Publicado às 21h31   Notícias corporativas Banco do Brasil (BBAS3) divulga resultado do 2T24…

22 de julho de 2024

Elektro Redes (EKTR4) aprova dividendos intermediários

    Publicado às 21h27   O conselho de administração da Elektro Redes (EKTR4) aprovou…

22 de julho de 2024

Equatorial (EQTL3) informa sobre aumento de capital

  Publicado às 21h18   Em um aviso enviado ao mercado nesta segunda-feira, 22, a…

22 de julho de 2024

Telefônica Brasil (VIVT3) compra a IPNet

  Publicado às 21h08   A Telefônica Brasil (VIVT3) informou nesta segunda-feira, 22, que, por…

22 de julho de 2024

Hapvida (HAPV3) faz acordo com Riza para construção de dois hospitais

  Publicado às 20h57   A Hapvida (HAPV3) celebrou memorando de entendimentos com a Riza…

22 de julho de 2024

Tim (TIMS3) paga provento nesta terça, 23:

  Publicado às 20h45   A Tim (TIMS3) paga nesta terça-feira, 23, a terceira parcela…

22 de julho de 2024