Mais um problema ameaça o império da JBS nos Estados Unidos. O R-CALF USA, uma espécie de sindicato de pecuaristas, relata que enviou uma carta ao presidente Donald Trump.
A entidade solicitou ao chefe de estado americano uma investigação sobre a JBS.
Além disso pediu a alienação de seus ativos baseados naquele país caso seja comprovado que a companhia construiu seus negócios de forma ilegal.
O R-CALF argumenta que a empresa influenciou agentes reguladores e membros do Congresso americano para afrouxar regulamentações no país.
A entidade também acusa a empresa dos irmãos Batista de manipular a queda do preço do boi gordo em mais de US$ 850 por cabeça de gado entre 2015 e 2016.
A agência de classificação de risco Moody’s, uma das principais do mundo, rebaixou em dois níveis, nesta sexta-feira, a nota de crédito da JBS (JBSS3). O “rating” passou de “Ba3” para “B2” e continua sob revisão para possível novo rebaixamento, afirmou a Moody’s.
O Governo Federal articula uma reação contra grupo JBS em três frentes. É o que afirma o jornal O Globo nesta sexta-feira. Segundo a publicação, o Planalto atua em frentes como punição mais rígida da CVM e cobrança de dívidas do INSS. Além disso, bancos públicos teriam suspendido créditos ao grupo e
vão exigir garantia na renegociação de dívidas.
As reação do governo ocorre após a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que comprometem o presidente Michel Temer, e desencadearam a partir de maio a nova etapa da crise política.
A Polícia Federal (PF) deflagrou na sexta-feira (9) a Operação Tendão de Aquiles para apurar se houve uso indevido de informações privilegiadas por parte das empresas JBS Participações e FB Participações em transações de mercado financeiro ocorridas entre abril e maio deste ano. A ação é coordenada em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O grupo J&F é o controlador das duas empresas.
A PF cumpre três mandados de busca e apreensão nas empresas do grupo JBS e quatro mandados de condução coercitiva, expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, a pedido da Polícia Federal. O inquérito policial foi instaurado em 19 de maio, após a PF ter conhecimento do Comunicado ao Mercado nº 02/2017 da CVM, que tornou pública a instauração de cinco processos administrativos para apuração desses fatos.
A investigação da Operação Tendão de Aquiles apura dois eventos: a venda de ações de emissão da JBS S/A na bolsa de valores, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A, no final do mês de abril; e a compra de contratos futuros de dólar na bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de balcão, entre o final de abril e meados de maio de 2017.
No primeiro caso, o período foi concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017. Já no segundo evento, de acordo com a PF, há indícios de que essas operações ocorreram com o uso de informações privilegiadas, “gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros”, informa a nota da PF.
Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no Artigo 27-D da Lei 6.385/76, que acarreta penas de um a cinco anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.
A PF e a CVM atuam em cooperação desde 2010, quando foi firmado um acordo entre as duas instituições, para combater atos ilícitos contra o mercado de capitais.
Em nota, a JBS afirmou que entregou todos os materiais e documentos solicitados. “A companhia segue colaborando e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários”, informou.
Sobre à compra e venda de moedas, ações e títulos, a JBS afirmou que todas as operações seguem a regulamentação do setor. “As operações de compra e venda de moedas, ações e títulos realizadas pela J&F, suas subsidiárias e seus controladores seguem as leis que regulamentam tais transações”.
Em relação às operações de câmbio, a JBS diz que gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities. “A empresa tem como política a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os seus riscos cambiais”, completou.
Com Finance News e Agência Brasil
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