Com as reformas Trabalhista e da Previdência paradas em meio a uma grave crise política, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s colocou a nota de crédito soberano do Brasil em observação negativa, o que significa que pode haver rebaixamento do país.
A empresa, no entanto, manteve a nota de crédito do Brasil em moeda estrangeira em “BB”.
A “observação negativa” é um alerta de curto prazo para a classificação de risco e, no caso do Brasil, reflete aumento da incerteza relacionada aos eventos políticos recentes.
No relatório, a agência reconhece a importância das reformas implementadas, como a Emenda Constitucional 95, que cria um teto para os gastos primários; a primeira fase de aprovação da reforma trabalhista; a reabertura do setor de petróleo para o investimento privado; e o Regime de Recuperação Fiscal dos estados, para consolidação do ajuste fiscal e para a estabilidade da trajetória da dívida pública. No entanto, reforça que medidas adicionais são necessárias o quanto antes, tal como a reforma da Previdência.
Segundo a Standard & Poor’s, a nota de crédito poderá ser mantida em um cenário onde a incerteza política seja de curta duração e sob uma administração e equipe econômica que tenham apoio suficiente no Congresso para continuar avançando com medidas corretivas direcionadas a frear a deterioração fiscal e fortalecer as perspectivas de crescimento.
O Ministério da Fazenda informou em nota que “reafirma o seu compromisso com a recuperação da economia brasileira por meio de reformas estruturais que objetivam o equilíbrio das contas públicas, a sustentabilidade da dívida pública e a construção de novas bases para o crescimento sustentado”.
O país está dois degraus abaixo do grau de investimento (selo de bom pagador) nas três principais agências de classificação de risco: Fitch, S&P e Moody’s. Fitch e S&P mantêm perspectivas negativas para o Brasil, enquanto a Moody’s alterou a perspectiva da nota para estável no início do ano.
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