CRISE POLÍTICA
Renunciar seria admissão de culpa, diz Temer
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o presidente Michel Temer disse que renunciar ao mandato seria “admissão de culpa”. “Se quiserem que me derrubem”, afirmou.
FHC articula, diz o Globo
Já o jornal o Globo informou nesta segunda-feira que Fernando Henrique Cardoso articula com partidos ‘sucessão controlada’. O ex-presidente, segundo o jornal, acionou Nelson Jobim para fazer a ponte com o PT.
Para comissão da OAB, presidente cometeu crime de responsabilidade
Para a OAB há indícios suficientes de crime de responsabilidade para abertura de processo de impeachment pela Câmara dos Deputados contra o presidente Michel Temer.
Temer reúne ministros e base e pede que Congresso trabalhe normalmente
O presidente Michel Temer se reuniu na noite de domingo, no Palácio Alvorada, com ministros e líderes do governo no Congresso Nacional. O objetivo da reunião, considerada informal por aliados, foi discutir a crise política deflagrada depois que o jornal O Globo revelou que o dono do grupo JBS gravou com o presidente uma conversa aceita pelo Ministério Público Federal no processo em que pediu a abertura de inquérito contra Temer. A agência Brasil informou que, de acordo com o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Temer pediu que o Poder Legislativo continuasse trabalhando na sua “normalidade”.
PSDB
Ainda segundo a agência Brasil, representantes do primeiro escalão do PSDB também estiveram no Palácio da Alvorada no domingo, apesar de algumas ameaças de que o partido deixaria a base do governo: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Itamaraty) e Bruno Araújo (Cidades). O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), novo presidente nacional da legenda, também participou da reunião.
PSB
Embora o PSB tenha decidido romper com o governo e defender eleições diretas para a Presidência, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que é filiado à legenda, esteve reunido com Temer e os demais colegas, neste domingo, informou a agência Brasil. De acordo com relato de parlamentares que participaram da conversa, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), também esteve no Alvorada.
SETOR CORPORATIVO
Vale: não houve interferência externa em escolha da Diretoria Executiva
Em comunicado ao mercado, o Conselho de Administração da Vale reafirmou que o processo de escolha dos membros de sua Diretoria Executiva, em especial de seu novo Diretor Presidente, Fabio Schvartsman, “ocorreu a salvo de qualquer interferência externa e foi conduzido em conformidade com as melhores práticas de mercado, seguindo os ritos e a governança da companhia, resultando, assim, na contratação de um profissional de mercado cuja reputação foi inteiramente formada em empresas privadas”.
O jornal O Globo divulgou que o senador tucano Aécio Neves ofereceu ao empresário Joesley Batista a possibilidade de nomear um dos diretores da Vale.
A mineradora ressalta que no processo de escolha, o Conselho estabeleceu uma comissão formada por representantes de seus principais acionistas controladores, que ficou responsável pela condução do processo de identificação e escolha do novo executivo.
“Em todo o processo, a referida comissão e o próprio Conselho de Administração foram assessorados pela empresa Spencer Stuart, especializada no recrutamento de executivos com larga experiência e reconhecimento globais, que presta serviços há mais de 12 anos para a Vale”, destacou no Comunicado.
A empresa salientou ainda que na última reunião do Conselho de Administração da empresa, realizada em 11 de maio deste ano, foram renovados os mandatos de quase todos os executivos, à exceção de Humberto Freitas, que, por decisão pessoal, optou por deixar a companhia no fim de seu mandato, previsto para o próximo dia 25, sem a admissão de qualquer outro diretor.
J&F não aceita fechar acordo de leniência de R$ 11 bi com MPF
O Grupo J&F, que controla a JBS, não fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF). O prazo terminou às 23h59min de sexta-feira.
O MPF defendeu o pagamento de R$ 11,169 bilhões pela empresa, que seriam pagos em dez anos. O valor é equivalente a 5,8% do faturamento obtido pelo grupo econômico em 2016. Já os representantes da J&F propuseram pagar R$ 1 bilhão, o que equivale a 0,51% do faturamento registrado no período.
Segundo o MPF, a Lei Anticorrupção estabelece que a multa em acordos de leniência deve ter como parâmetro percentual que varia entre 0,1% e 20% do faturamento.
Apesar do não fechamento de um acordo de leniência, a empresa já fechou com o MPF um acordo de colaboração, que já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O acordo de leniência abrange aspectos civis e de responsabilidade da empresa, enquanto o acordo de colaboração diz respeito a aspectos penais.
A J&F e o MPF ainda podem voltar a negociar um acordo de leniência, com outras condições.
JBS se defende da suspeita de ganhos financeiros com dólar
Após as notícias de que a compra de dólar na véspera do vazamento dos aúdios de Joesley Batista teria levado a JBS teria obter ganhos financeiros, a empresa resolveu se manifestar.
Em comunicado ao mercado, JBS afirmou que “gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição a moedas estrangeiras e commodities”.
A empresa afirmou que tem como política e prática a utilização de instrumentos de proteção financeira visando, exclusivamente, minimizar os riscos cambiais e de commodities associados à sua dívida e recebíveis em dólar.
“Considerando a exposição da JBS ao dólar americano, um exemplo do potencial impacto das oscilações na cotação dessa moeda é que, ao considerar a variação cambial de R$ 3,16 em 31 de março – fechamento do primeiro trimestre – para R$ 3,40 em 18 de maio, a companhia incorreria um prejuízo superior a R$ 1 bilhão”, afirma o comunicado.
A companhia reiterou que as movimentações realizadas nos últimos dias seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira.
Braskem não fornece documento a SEC
A Braskem (BRKM5) comunica que não foi possível arquivar o seu Relatório Anual através do Formulário 20-F referente ao exercício fiscal findo em 31 de dezembro de 2016 perante a U.S Securities and Exchange Commission (SEC).
Dessa a forma, a empresa encontra-se em não conformidade com as obrigações de arquivamento da SEC e de listagem da New York Stock Exchange.
A Braskem celebrou um acordo global com o Ministério Público Federal do Brasil, o Departamento de Justiça dos EUA e com a Procuradoria Geral da Suíça, no âmbito da Operação Lava Jato. A companhia deu início a procedimentos e análises adicionais dos seus processos e controles internos a fim de possibilitar o arquivamento do Formulário 20- F.
A empresa informou que “não pode precisar, neste momento, a data de conclusão de tais análises e, consequentemente, a data em que estarão disponíveis as demonstrações financeiras auditadas para arquivamento do Formulário 20-F perante a SEC”.
A NYSE informou a Braskem tem o prazo de seis meses, a partir de 16 de maio de 2017, para arquivar o documento.
Bradesco
O Banco Bradesco (BBDC4), detentor indireto de participação no IRB Brasil Resseguros, informou que os acionistas do IRB autorizaram a retomada das providências necessárias à realização de oferta pública e listagem de suas ações no Novo Mercado da B3 (antiga Bovespa) com a consequente submissão de pedido de registro de companhia aberta.
Destaques na agenda da semana
Os investidores vão ficar de olho principalmente nos desdobramentos da crise política envolvendo o presidente Michel Temer. Além da crise, também estará no radar do mercado:
Terça-feira, 23
– 9h: IPCA 15
Quarta-feira, 24
– 15h: ata do Fomc (Comitê que decide os juros americanos)
Quinta-feira, 25
– Reunião da Opep
Sexta-feira, 26
– 9h30: PIB dos EUA
Estudo gráfico do Ibovespa
Em uma semana decisiva para o futuro do governo de Michel Temer, o investidor e trader Leonel Lacerda mostra em quais eventos você deve ficar de olho para avaliar o rumo do mercado. Em vídeo, veja também o estudo do Ibovespa e de vários papéis, entre eles, Petr4, Vale5, Cmig4, Lame4, Ptbl4, Bbas3 e Itub4. Acesse aqui.
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