A chegada do bebê não altera apenas a rotina diária das mamães e dos papais. Provoca mudanças também no bolso deles. Além de carinho, afeto e atenção, o planejamento deve estar presente nessa nova fase. Confira as dicas de especialistas e de mamães quando o assunto é finanças durante a gravidez.
Identifique os gastos imediatos e de longo prazo
Os pais têm de ter consciência que a realidade financeira vai mudar. Diante disso, mais do que nunca, é preciso um plano para que o orçamento não saia do controle. A melhor forma é colocar os gastos em uma planilha ou anotar no papel, em um caderno específico para isso.
Especialistas orientam descrever tudo o que será comprado e avaliar se cabe na receita mensal da família. Verifique se está tudo lá: desde compras para o quarto do bebê, roupas, fraldas, alimentação, carrinho, bebê conforto e a previsão de gastos com saúde. Converse com casais que já têm bebê e faça um orçamento não apenas prevendo gastos imediatos mas também tente identificar os de longo prazo.
Há quem prefira abrir mão de algumas etapas do passo a passo acima. Mesmo assim, não perdem o controle das contas por adotarem estratégias bem definidas como evitar compras a prazo. Aline Banzato, por exemplo, mamãe desde 2015 e autora do blog Escrever e Maternar, afirma que não fez planilha por se julgar “ponderada e gostar de comprar tudo à vista”.
A mamãe de primeira viagem ressalta que “pesa a preparação da estrutura” para o novo integrante da família. “Tive de arrumar um apartamento maior e montar um quarto para o bebê. Berço, colchão, banheira, trocador, cômoda. Essas coisas pesaram mais pra mim”.
A jornalista afirma que, no caso dela, tiveram custo relevante as vacinas (algumas foram dadas na rede particular) e a contratação do serviço de células tronco”.
Já a psicóloga Catiele Flôres Oliveira, mamãe desde 2014, diz que “planilha de gastos eu não fiz, mas fiz check list de compras. A partir disso, pude ter uma noção aproximada dos valores que seriam gastos”.
Controle as compras por impulso
Se você já tem o hábito de anotar todas as receitas e despesas da família, pode continuar utilizando a mesma planilha. Evite se desfazer do seu antigo orçamento. O objetivo é utilizá-lo como ponto de partida para um novo. Se ainda não tem esse hábito, comece agora.
Um dos erros mais comuns, e que pode ser evitado, são as compras por impulso. Normal: qual mamãe ou papai de primeira viagem não ficaria tentado a comprar um lindo enxoval?
Catiele resume bem o que acontece com o casal nessa etapa: “pais de primeira viagem estão submetidos a uma ‘avalanche’ de emoções e por conta disso nos permitimos alguns excessos financeiros”. A psicóloga adverte: “em se tratando de compras, esse comportamento pode se tornar perigoso e acarretar gastos desnecessários”.
Vale a pena ter um pouquinho de controle para evitar os apelos do comércio. Lembre-se de pesquisar preços, compará-los e só depois decidir se é o ideal.
Clube de fraldas pode valer a pena
Na internet aumenta cada vez mais um serviço de assinatura chamado clube das fraldas.
O usuário escolhe o kit que prefere e recebe o produto todo mês, em casa. Vale a pena verificar esses sites, principalmente, porque sempre tem desconto e, em alguns, ainda se pode acumular pontos em programas fidelidade. Independentemente de onde você mora, não custa acessar e calcular para saber se haverá de fato economia.
Catiele conta que não usou esse serviço, mas apela para outra estratégia também econômica: “prefiro promoções de grandes redes de supermercados ou farmácias”.
Não esqueça também do Chá do Fraldas, que é uma maneira criativa de ganhar aquilo que seu filho ou filha tanto precisa nos primeiros anos.
A mamãe Aline Banzato destaca que o “Chá valeu muito, por isso só comprei fralda após um ano. Gastamos fralda demais!”.
Já Catiele disse que fez um Chá de Fraldas em sua casa, com uma decoração bem simples e aconchegante. “Se você fizer uma confraternização mais simples, focando no encontro e troca de afetos, penso que vale a pena sim. Normalmente os convidados levam outros mimos além das fraldas, o que acaba colaborando com o enxoval”.
Se puder, faça uma reserva financeira
A essa altura você, futuro pai ou mãe, deve estar preocupado com tanta coisa para pensar somente nesse tema de finanças. Pois é, e ainda tem mais uma: especialistas orientam que o ideal é pensar também em fazer uma reserva financeira para casos de urgência antes e depois do nascimento do bebê.
Um esforço a mais nesse quesito vai trazer mais tranquilidade para a família quando eventos não previstos ocorrem.
Aline conta que teve esse cuidado: “sempre fiz reserva e, contraditoriamente, na gravidez, aumentei os gastos e diminuí a reserva. Mas sempre poupamos paro o futuro sim”.
O bebê cresce e o orçamento muda
Isso tudo o que escrevemos acima é para os primeiros anos do bebê. Quando chegar a fase escolar, é necessário adaptar o orçamento para novos investimentos, como educação. Anos depois na adolescência, também será preciso fazer novas adequações no orçamento, já que o filhão ou filhona, vai ter outras necessidades nessa fase.
De mamãe para futuras mamães…
Ah, só mais um detalhe. Não poderíamos deixar de encerrar esse artigo com duas dicas da Catiele. Ela pede para evitar as listas que circulam pela web: “a melhor forma de organizar o enxoval e, consequentemente, os gastos financeiros é aceitar orientações de amigas que já tiveram bebês há pouco tempo”. Ela diz também que o melhor é “ter o mínimo possível antes do bebê nascer e reavaliar as demandas do cotidiano para depois investir mais no enxoval”.
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