Enquanto Temer janta churrasco, países barram carne do Brasil

19 de março de 2017 Por Redação

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O Ministério de Agricultura sul-coreano afirmou em comunicado nesta segunda-feira que a Coreia do Sul vai parar temporariamente com a importação de carne de frango de produtos da BRF após o escândalo deflagrado pela Operação Carne Fraca na semana passada.

Já segundo a agência Bloomberg, a China teria bloqueado temporariamente a carne bovina do Brasil até que o país preste esclarecimentos. O gigante asiático é o maior comprador de carne do Brasil.

A União Europeia também vai suspender as empresas envolvidas no escândalo. Todas as companhias envolvidas terão acesso negado ao bloco europeu, mas não foram citados os nomes de empresas barradas.

O porta-voz da Comissão Europeia, Enrico Brivio, afirmou que a Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar”.

No domingo, na abertura da reunião com cerca de 40 representantes de países importadores de carne brasileira, o presidente Michel Temer anunciou maior rigor na fiscalização dos frigoríficos do país. Temer ressaltou que problemas descobertos pela Operação Carne Fraca são pontuais, que a carne produzida e exportada pelo país é de qualidade e que o governo determinou celeridade nas auditorias que serão feitas nos estabelecimentos envolvidos no esquema criminoso.

“Quero fazer um comunicado de que decidimos acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação da Polícia Federal. Na verdade, são 21 unidades, no total, três dessas unidades foram suspensas e todas as 21 serão colocada sob regime especial de fiscalização a ser conduzida por força tarefa do Ministério da Agricultura”, anunciou Temer.

Para o presidente, as empresas flagradas no esquema de “maquiagem” de carne estragada é um “mínimo” diante do total de plantas frigoríficas do país.  “É importante sublinhar que dos 11 mil funcionário do Ministério da Agricultura, apenas 33 estão sendo investigados e das 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal, delas, apenas 21 estão supostamente envolvidas em irregularidades. Fazemos essa comunicação para que os senhores, acompanhando o que estamos fazendo a partir de ontem, possam lançar esse comunicado aos seus países, governantes para tranquiliza-los no tocante ao noticiário que se deu nesses últimos dias”, disse aos representantes de países importadores de carne brasileira.

Temer considerou o assunto como urgente e, para atestar a confiança no produto brasileira, o presidente convidou os diplomatas para uma churrascaria.  “Queremos convidar a todos para, quando saímos daqui, quem puder aceitar, vamos todos a uma churrascaria para comer a carne brasileira”, disse o presidente.

Depois da reunião com os embaixadores, Temer os convidou para jantar em uma churrascaria de Brasília. No cardápio, segundo a gerência do restaurante, havia carne brasileira.

 

Operação Carne Fraca

De acordo com as investigações da Polícia Federal, frigoríficos envolvidos no esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas, então, subornavam fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação. A Operação Carne Fraca foi deflagrada ontem (17).

 

Prisão

O gerente de Relações Institucionais da BRF, Roney Nogueira dos Santos, foi preso pela Polícia Federal neste sábado. O executivo, que estava na África do Sul, foi detido ao chegar ao aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. O mandado de prisão foi expedido na sexta-feira no âmbito da Operação Carne Fraca.

De acordo com a polícia, Roney foi o executivo que viabilizou a liberação de carne com salmonela por meio do uso de influência na estrutura do Ministério da Agricultura.

 

Ministério diz que inspeção é eficiente e que denúncias são pontuais

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou nota em que afirma que o “Serviço de Inspeção Federal brasileiro é considerado um dos mais eficientes e rigorosos do mundo”.

Segundo o governo, o serviço tem 2,3 mil funcionários que inspecionam 4.837 unidades produtoras habilitadas a exportarem carne para 160 países. “Foi com este Serviço que construímos uma reputação de excelência na agropecuária e conseguimos atender às exigências rigorosas de diferentes nações”, diz a nota.

O ministério afirma ainda que as denúncias que vieram à tona com a Operação Carne Fraca são “fatos pontuais”, após a denúncia inicial de um fiscal.

Ao todo, 33 fiscais federais estão sob investigação. “O governo brasileiro, através de seus serviços de fiscalização, da Polícia Federal e outros órgãos de controle cumpre seu papel de garantir a qualidade e sanidade, tanto dos produtos alimentícios destinados ao mercado externo quanto ao mercado interno, sejam de origem animal ou vegetal.”

Ainda de acordo com a nota, a investigação da Polícia Federal e as medidas tomadas pelas autoridades do Ministério da Agricultura são “a maior prova de que nossos sistemas de proteção e fiscalização está alerta e funcionando plenamente e servem como garantia ao consumidor da qualidade dos produtos de origem agropecuária de nosso país”.

 

 

 

Informações da agência Brasil e Finance News