Petrobras e Total selam aliança estratégica. Estatal vai receber US$ 2,225 bi

1 de março de 2017 Por Redação

untitled

 

 

 

A Petrobras e Total informaram que assinaram, ontem (28), os contratos de compra e venda relacionados aos ativos da Aliança Estratégica definidos no Acordo Geral de Colaboração firmado em 21 de dezembro do ano passado.

Os contratos assinados selam a Aliança Estratégica entre as duas companhias, criando novas parcerias nos segmentos de upstream (exploração, desenvolvimento, produção) e downstream ( transporte dos produtos da refinaria até os locais de consumo), juntamente com o fortalecimento da cooperação tecnológica que abrange as áreas de operação, pesquisa e tecnologia.

Em Fato Relevante enviado ao mercado nesta quarta-feira, as petroleiras explicam que essa Aliança Estratégica permite que ambas as empresas combinem suas experiências em todos os segmentos da cadeia de petróleo e gás natural, no Brasil e exterior.

Os contratos firmados foram:

– Cessão de direitos de 22,5% da Petrobras para a Total, na área da concessão denominada Iara (campos de Sururu, Berbigão e Oeste de Atapu, que estão sujeitos a acordos de unitização com a área denominada Entorno de Iara, sob regime de cessão onerosa, na qual a Petrobras detém 100% de participação), no Bloco BM-S-11.

A Petrobras explica que continuará como operadora e a deter a maior participação nessa área, com 42,5%. Segundo a estatal, a parceria com a Total trará como benefícios a desoneração de investimentos e a incorporação de soluções tecnológicas para o seu desenvolvimento a serem estudadas em conjunto, maximizando a rentabilidade e o volume de óleo a ser recuperado.

A BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc, com 25% e a Petrogal Brasil, com 10%, também fazem parte desse consórcio.

– Cessão de direitos de 35% da Petrobras para a Total, assim como a operação, na área da concessão do campo de Lapa, no Bloco BM-S-9, ficando a Petrobras com 10%.

O campo de Lapa encontra-se em fase de produção, tendo iniciado sua operação em dezembro de 2016. A Total, como operadora deste campo, trará benefícios para o consórcio, ao incorporar sua valiosa experiência em projetos de águas profundas para as próximas fases do desenvolvimento desafiador de Lapa, que possui características distintas dos demais campos do pré-sal em operação. A BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal Dutch Shell plc, com 30% e a RepsolSinopec Brasil, com 25%, também integram esse consórcio.

– Venda de 50% de participação da Petrobras para a Total na Termobahia, incluindo as térmicas Rômulo de Almeida e Celso Furtado, localizadas na Bahia. As duas térmicas estão ligadas ao terminal de regaseificação, localizado em São Francisco do Conde, na Bahia, onde a Total terá acesso à capacidade de regaseificação visando o suprimento de gás para as térmicas.

 

Os contratos acima se somam a outros acordos já firmados em dezembro do ano passado, que são: (i) Carta que concede à Petrobras a opção de aquisição de 20% de participação no bloco 2 da área de Perdido Foldbelt, no setor mexicano do Golfo do México, assumindo apenas as obrigações futuras proporcionais à sua participação; (ii) Carta de Intenção para estudos exploratórios conjuntos nas áreas exploratórias da Margem Equatorial, e na Bacia de Santos; e (iii) Acordo de parceria tecnológica nas áreas de petrofísica digital, processamento geológico e sistemas de produção submarinos.

 

Total pagará à Petrobras US$ 2,225 bilhões

Com as transações firmadas ontem, a Total pagará à Petrobras o valor global de US$ 2,225 bilhões, composto de US$ 1,675 bilhão à vista, pelos ativos e serviços, uma linha de crédito que pode ser acionada pela Petrobras no valor de US$ 400 milhões, representando parte dos investimentos da Petrobras nos campos da área de Iara, além de pagamentos contingentes no valor de US$ 150 milhões.

As conclusões das operações estão sujeitas às aprovações dos órgãos reguladores competentes e ao potencial exercício do direito de preferência dos atuais parceiros na área de Iara, além de outras condições precedentes.

A Petrobras avalia que a realização dessa Aliança Estratégica é uma parte importante do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, “ao intensificar o compartilhamento de informações, experiências e tecnologias, avançar no fortalecimento da governança corporativa, além de melhorar a financiabilidade da companhia, através de mitigação dos riscos, entrada de caixa e desoneração dos investimentos”.