Gigantes do setor de alimentos e proteína animal, como o grupo JBS e a BRF, entre outras empresas, estão na mira de uma operação da Polícia Federal. A ação chamada de Carne Fraca, considerada a maior já realizada pela PF, cumpre mandados judiciais em sete estados.
Segundo a PF, fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento atuavam em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.
A investigação aponta que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, de Minas Gerais e de Goiás agiam para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público.
No total mais de mil agentes cumprem desde as primeiras horas da manhã 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Entre os pedidos de prisão preventiva estão executivos da BRF: o vice-presidente da BRF, José Roberto Pernomian Rodrigues e o gerente de Relações Institucionais do Grupo BRF, Roney Nogueira dos Santos.
A justiça bloqueou 1 bilhão de reais das empresas investigadas.
O outro lado
Em um comunicado ao mercado a JBS afirmou que “não há nenhuma medida judicial contra os seus executivos”.
A empresa informou ainda que sua sede não foi alvo da operação.
Segundo a JBS, a ação deflagrada ocorreu em três unidades produtivas da companhia , sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás.
Na unidade da Lapa, no Paraná, houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da JBS cedido ao Ministério da Agricultura.
A empresa destacou que atua “em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas”.
A companhia disse que está à disposição das autoridades com o melhor interesse em contribuir com o esclarecimento dos fatos e destacou ainda que possui diversas certificações emitidas por reconhecidas entidades em todo o mundo que comprovam as boas práticas adotadas na fabricação de seus produtos.
Já a BRF disse que está colaborando com as autoridades para esclarecimento dos fatos. A companhia reiterou que “cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas”.
Em nota a empresa assegurou a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua.
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