O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles deve anunciar nesta quarta-feira o valor do contingenciamento de recursos do Orçamento Geral da União.
Em entrevista coletiva após participar de uma palestra para empresários estrangeiros, o ministro não descartou novamente o aumento de impostos e disse que o valor do contingenciamento será a “combinação possível”. De acordo com ele, o objetivo principal é cumprir a meta fiscal de 2017, com um déficit previsto de R$ 139 bilhões.
“Estamos finalizando os cálculos. Precisamos ver quanto vamos arrecadar com o leilão de petróleo e gás e quais são as estimativas com o novo programa de repatriação”, afirmou, ao ser questionado sobre o valor do corte. As próximas rodadas de concessões de petróleo e gás ocorrem em maio, setembro e novembro.
Sem detalhar a nova previsão do governo para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o ministro voltou a fazer uma estimativa de crescimento tendo como base os últimos trimestres de 2016 e 2017. Seguindo essa lógica, afirmou, a expectativa é que o o PIB cresça 2,7% no quarto trimestre deste ano, em comparação com 2016.
“Uma coisa é dizer o seguinte: esperamos arrecadar tanto com determinada ação. Mas muitas vezes, devido às determinações, não é possível já determinar isso no orçamento, que vai haver uma arrecadação de tanto. Então vamos ter que dizer: ‘a arrecadação prevista é essa, mas se não arrecadar, vai haver um corte maior'”, explicou.
Durante a palestra, em uma conferência para as cidades latino-americanas sobre as metas de crescimento e investimento brasileiros, Meirelles prometeu fazer minirreformas para que o país possa não apenas voltar a crescer, mas “crescer mais”.
O ministro procurou passar a mensagem de que o trabalho da equipe econômica envolve uma “amplitude” de reformas que não incluem apenas a macroeconomia, políticas fiscais e monetárias, mas também mudanças relacionadas ao crédito, à desburocratização e à racionalização de serviços.
Assim como em outras oportunidades, Meirelles voltou a prometer a redução do tempo que as empresas demoram para pagar impostos, a unificação de tributos sociais e maior agilidade na criação de novos negócios.
Segundo ele, se o governo diminuir a sua participação no PIB para poder se concentrar em mais investimentos, a média da taxa de crescimento dos próximos anos pode aumentar cerca de 0,7% a cada 12 meses, saindo da previsão atual, de 2,5%, para quase 4%.
“A ideia não é que vocês entendam todas as medidas. Isso estará no material. A ideia é dar a dimensão da amplitude de todas reformas que estão sendo feitas no Brasil”, argumentou, ao apresentar slides em inglês para os participantes da conferência.
Mais cedo, passaram pelo evento o presidente Michel Temer e outros integrantes da equipe econômica do governo.
Informações da Agência Brasil
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