Quero financiar um imóvel: o que observar?
Milhares de brasileiros se fazem a pergunta do título desse artigo. A compra de um imóvel, mesmo com os juros em tendência de baixa, requer muitos questionamentos por parte do interessado, simulações para saber se, de fato, as parcelas cabem no orçamento, e planejamento para pagar a dívida.
Tente negociar
Os juros no Brasil ainda estão altos e nesse sentido negociar é a palavra-chave. Sabendo que as taxas mudam conforme o banco e o grau de relacionamento entre o cliente e o banco, especialistas em finanças orientam que vale a pena pedir um juro mais em conta. A redução pode até ser pequena, mas lembre-se que no longo prazo, fará uma enorme diferença. Se for o caso, abra uma conta-corrente no banco, ou conta-salário, e busque um juro menor para adquirir o imóvel financiado.
O famoso custo efetivo total
É claro que não basta olhar apenas a taxa. Além disso, é preciso também prestar atenção no custo efetivo total do empréstimo (CET). Isso inclui cobranças administrativas e seguros, além dos juros. O CET é que vai mostrar realmente o quanto a pessoa vai gastar. É em função disso que você deve fazer as contas e simulações para verificar se o financiamento cabe em seu orçamento mensal.
A melhor estratégia
Na atual situação econômica comprometer 30 ou 35 anos da renda familiar com o pagamento de uma dívida grande é um negócio arriscado e exige muito cuidado. Comprar imóvel financiado não significa exatamente conquistar um bem, mas adquirir uma dívida. O imóvel só será efetivamente seu quando a dívida for paga.
Por isso a melhor estratégia é pagar à vista, mesmo que para isso a demora seja de muitos anos economizando e investindo corretamente o dinheiro (em aplicações com rentabilidade superior à inflação e de baixo risco) até juntar o montante necessário. Quem quiser seguir esse plano não tem outro jeito: é necessário disciplina e paciência no longo prazo.
Mas nem todo mundo pode esperar. Um imóvel é o bem mais caro que as pessoas costumam comprar, e que, no Brasil, só se adquire uma ou no máximo duas vezes na vida. Portanto, a decisão da compra não pode ser tomada em um fim de semana. É necessário planejamento com meses de antecedência.