O IBGE divulgou nesta quarta-feira o IPCA (índice de preços ao consumidor amplo), índice oficial de inflação.
Em janeiro o IPCA subiu 0,38%, superando os 0,30% de dezembro em 0,08 ponto percentual. Este foi o IPCA mais baixo para os meses de janeiro desde 1994, quando foi criado o Plano Real.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice caiu para 5,35%, ficando abaixo dos 6,29% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2016 a taxa foi 1,27%.
As tarifas dos ônibus urbanos, que subiram 2,84%, lideraram o ranking dos principais impactos individuais, com 0,07 p.p.
Importante na despesa do consumidor, os ônibus urbanos têm expressiva participação de 2,61% na formação do IPCA. Com isto, o grupo transportes apresentou a mais elevada variação de grupo.
Das 13 regiões pesquisadas, as tarifas dos ônibus urbanos ficaram mais caras em oito, especialmente em Brasília (14,75%) e Vitória (15,19%). Em Brasília, o reajuste de 25% vigorou de 02 a 18 de janeiro, quando foi interrompido e retornou à tarifa anterior por decisão da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A partir do dia 28 de janeiro o reajuste de 25,00% voltou a ser aplicado.
Ocorreu reajuste, também, nas tarifas dos ônibus intermunicipais em quatro regiões. Na região metropolitana de São Paulo, o reajuste de 6,65% concedido pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) aos ônibus intermunicipais vigorou de 08 a 11 de janeiro, com suspensão a partir do dia 12. Tal reajuste não voltou a ser aplicado no período de referência do índice.
Os combustíveis (1,28%) também pressionaram as despesas com transporte, já que o litro do etanol subiu 3,10%, com destaque para Campo Grande (6,12%), enquanto o litro da gasolina subiu 0,84%. Mesmo assim, transporte, apesar da variação de grupo mais elevada, apresentou forte desaceleração na taxa de crescimento de preços de dezembro para janeiro, ao passar de 1,11% para 0,77%. Isto se deve, principalmente, às passagens aéreas, que passaram de 26,29% em dezembro para -7,36% em janeiro.
Por outro lado, os grupos alimentação e bebidas, que foram de 0,08% para 0,35%, e habitação, de -0,59% para 0,17%, mostraram significativa aceleração, contribuindo para elevar o IPCA de um mês para o outro. No primeiro, a alimentação consumida fora de casa passou de 0,33% para 0,69%, sendo que os alimentos para consumo em casa foram de -0,05% para 0,17%.
Nos alimentos, alguns ficaram bem mais baratos, a exemplo do feijão-carioca (-13,58%), enquanto outros, como o óleo de soja (7,66%), subiram.
No grupo habitação, a queda nas contas de energia elétrica foi menos intensa. Em dezembro, as contas ficaram 3,70% mais baratas, o principal impacto para baixo. Isto devido ao fim da cobrança do adicional de R$1,50 referente à bandeira amarela. Em janeiro, a queda foi de 0,60% e se deve à redução do PIS/COFINS na maioria das regiões pesquisadas. Do lado das altas, destaca-se, em habitação, a taxa de água e esgoto, cuja variação de 0,61% se refere a Campo Grande (7,37%), onde ocorreu reajuste de 8,42% em 03 de janeiro, e ao Rio de Janeiro (5,12%), com reajuste de 7,13% em primeiro de janeiro.
Nos demais grupos sobressaem, em alta, os seguintes itens: excursão (2,51%), leitura (2,27%) e telefone celular (1,67%).
Os artigos de residência (-0,10%) e de vestuário (-0,36%) foram os dois grupos que apresentaram queda no índice do mês.
Na ótica dos índices regionais, o mais elevado foi o de Brasília (0,72%), onde o item ônibus urbano apresentou alta de 14,75% refletindo o reajuste de 25,00% que vigorou de 02 a 18 de janeiro, quando foi interrompido e voltou a ser cobrado em 28 de janeiro. O menor índice foi o da região metropolitana de Porto Alegre (0,18%).
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