O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,31% em janeiro e ficou 0,12 ponto percentual acima da taxa de dezembro (0,19%). Este foi o IPCA-15 mais baixo para os meses de janeiro desde 1994, quando foi criado o Plano Real.
No acumulado dos últimos doze meses, o índice desceu para 5,94%, ficando abaixo dos 6,58% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2016 a taxa foi 0,92%.
Em janeiro, embora o grupo das Despesas Pessoais tenha mostrado o resultado mais elevado (0,76%), o grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pelo crescimento do IPCA-15, ao passar de -0,18% em dezembro para 0,28% em janeiro. Na região metropolitana de Salvador, a alta dos alimentos chegou a 1,05%, enquanto em Goiânia houve queda (-0,60%).
Após recuar em setembro (-0,01%), outubro (-0,25%), novembro (-0,06%) e dezembro (-0,18%), o grupo Alimentação e Bebidas (0,28%) voltou a subir. A pressão veio dos alimentos consumidos em casa, que subiram para 0,21%, após a significativa queda de 0,45% em dezembro. Ainda que os aumentos não tenham se mostrado generalizados, os preços de alguns produtos subiram bastante, como óleo de soja (8,04%), farinha de mandioca (4,53%), ovos (3,10%) e frutas (2,38%). Outros produtos, cujos preços vinham caindo, desaceleram, como batata-inglesa (de -15,78% para -10,85%), feijão carioca (de -17,24% para -13,74%) e leite longa vida (de -5,40% para -1,96%).
Despesas Pessoais (0,76%) foi o grupo com a maior alta, devido ao item cigarro (2,61%), cujos preços foram reajustados em 1º de dezembro. Outras influências vieram dos itens excursão (2,51%) e empregado doméstico (0,52%), que apropriou 1/12 do reajuste do novo salário mínimo nacional em todas as regiões pesquisadas, já que os salários regionais ainda não foram definidos.
Isoladamente, a gasolina foi o item com o maior impacto (0,10 pp) sobre o IPCA-15. O preço do litro subiu, em média, 2,43%, refletindo, nas bombas, o reajuste de 8,1% autorizado pela Petrobrás nas refinarias, desde 06 de dezembro. Regionalmente, os maiores aumentos foram em Goiânia (4,60%), Brasília (4,32%) e Fortaleza (4,22%). Além da gasolina (2,43%), as despesas com Transportes foram pressionadas pelas tarifas dos ônibus urbanos (0,83%) e intermunicipais (1,87%), além do etanol (2,28%) e do seguro voluntário (1,70%).
A alta de 0,83% nos ônibus urbanos é consequência das variações apropriadas por três regiões metropolitanas. Em Brasília (9,25%), houve reajuste de 25% nas tarifas, em vigor desde 2 de janeiro. Embora a Câmara Legislativa do Distrito Federal tenha decidido anular esse reajuste em 12 de janeiro, ele continua vigente até que a decisão seja publicada. Em Salvador (3,60%), o reajuste foi de 9,09%, desde 2 de janeiro. Em Belo Horizonte (3,24%), houve reajuste de 9,40%, em vigor desde 3 de janeiro.
Os demais grupos variaram entre -0,23% (Artigos de Residência) e 0,48% (Saúde e Cuidados Pessoais). Três grupos tiveram quedas: Artigos de Residência (-0,23%) Vestuário (-0,18%) e Habitação (-0,22%). Neste último, as contas de energia elétrica (-2,25%) geraram o impacto negativo mais intenso (-0,08 p.p.) sobre o IPCA-15, com a volta, a partir de 1º de dezembro, da bandeira tarifária verde. Ocorreu, ainda, queda de 5,30% nas contas de energia de Porto Alegre, devido à redução de 16,28% nas tarifas de uma das concessionárias, desde 22 de novembro. Em contraposição, ainda no grupo Habitação, os preços subiram em artigos de limpeza (1,23%), gás de botijão (0,64%) e mão de obra para pequenos reparos (0,52%), cujo aumento foi apropriado da mesma maneira que o item empregados domésticos.
Regionalmente, o índice mais elevado foi o da região metropolitana de Salvador (0,63%) onde os preços dos alimentos subiram 1,05%. Os itens ônibus urbano (3,60%) e intermunicipal (7,77%) também pressionaram o resultado e refletiram, respectivamente, reajustes de 9,09% e 8,42%, ambos em vigor desde 2 de janeiro. O menor índice foi o de Porto Alegre (0,03%), influenciado por dois itens: energia elétrica (-5,30%), devido à redução de 16,28% nas tarifas locais, desde 22 de novembro, e alimentação fora de casa (-1,08%). A seguir, tabela com os resultados regionais.
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