Enquanto há sinais de que a recessão está chegando ao fim, as perspectivas econômicas do Brasil dependerão da capacidade do novo governo de implementar reformas estruturais ambiciosas para restaurar a sustentabilidade fiscal, disse o Fundo Monetário Internacional em seu relatório anual sobre o estado da economia brasileira.
De acordo com o documento, a maior economia da América Latina sofre a pior recessão em décadas. Desde o início de 2015, a taxa de desemprego duplicou para mais de 11%.
O Fundo afirma que a economia do Brasil emergindo da recessão, mas a recuperação permanece frágil e será gradual, assumindo que as reformas continuem. O organismo projeta que o Produto Interno Bruto cairá 3.3 por cento em 2016 e crescerá 0,5 por cento em 2017.
O FMI disse que os riscos continuam a dominar o panorama, mas sinais positivos estão surgindo. Um risco interno é que “o novo governo não cumpra a estratégia de consolidação fiscal”.
Já os riscos externos incluem um período prolongado de crescimento mais lento nas economias avançadas e emergentes, especialmente da China e novas quedas nos preços das commodities.
O FMI ressalta que um progresso mais rápido do que o esperado na agenda de reformas representa poderia desencadear uma recuperação mais vigorosa do investimento, aumentando o interesse estrangeiro no Brasil.
Restabelecer a credibilidade por meio da sustentabilidade fiscal
Nos últimos anos, as políticas fiscais não conseguiram resolver os problemas estruturais e se mostraram contraproducente, conclui o relatório.
Nesse contexto, o relatório do FMI louva o novo governo que tenta controlar o crescimento da despesa impondo um limite para a despesa em termos reais, e, além disso, trabalha para reformar a Previdência. A aprovação e a implementação bem sucedida do limite de gastos seria um divisor de águas para o Brasil, segundo o relatório do FMI.
Os analistas destacam que uma prioridade emergente é o controle das despesas a nível regional.
A política monetária pode dar uma mão
A inflação tem ficado acima da meta do Banco Central nos últimos anos. Mas com as reformas o FMI destaca que a manutenção de configurações correntes de política monetária seria amplamente apropriada e afirma: “a intervenção nos mercados de câmbio deve permanecer limitada a episódios de condições de mercado desordenadas”.
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