“Já houve um pouco desse movimento, de o real perder [valor] para o dólar. O impacto sobre o crescimento econômico [do Brasil] não é claro. A priori, o melhor cenário é que o câmbio vai estar mais desvalorizado e o crescimento se mantém da mesma forma”, disse Kanczuc, na entrevista coletiva em que anunciou piora das projeções do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e 2017.
Para o secretário, a eleição de Trump criou uma “incerteza brutal”. “Ele falava muita coisa, e a gente não sabe, exatamente, o que vai ser implementado”, comentou. No entanto, segundo Kanczuc, duas linhas básicas de efeitos podem ser antecipadas.
Uma delas é a redução – ou interrupção do crescimento – do comércio dos Estados Unidos com os demais países, o que prejudicaria o crescimento norte-americano. A outra é uma potencial compensação dessa redução, em razão dos investimentos em infraestrutura anunciados por Trump.
O segundo efeito poderia contribuir para aumentar os preços do minério de ferro, commodity(produto primário com cotação em mercados internacionais) exportada pelo Brasil. Assim, a desvalorização do real também poderia ser atenuada.
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, também comentou a eleição de Trump nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Ele disse que o resultado trouxe mais um elemento de incerteza para os mercados. Goldfajn ressaltou, porém, que o BC monitora de perto o desenvolvimento dos mercados internacionais para não permitir efeitos dos “choques externos” na estabilidade macroeconômica.
Por Agência Brasil