A produção do setor industrial caiu em setembro, informa a Sondagem Industrial divulgada hoje (21) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador desceu para 45,8 pontos e o índice de evolução do número de empregados ficou estável em 46,5 pontos em setembro. Em agosto, a produção estava em 50,8 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem. Quando estão abaixo de 50 indicam queda na produção e no emprego.
Com isso, quase um terço do parque industrial ficou ocioso no mês passado, segundo a CNI. O indicador de nível de utilização da capacidade instalada permaneceu em 66%, o mesmo registrado em setembro de 2015.
No entanto, os estoques continuam ajustados. Isso significa que a produção voltará a crescer assim que a demanda aumentar, disse a CNI. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,6 pontos em setembro. O indicador varia de zero a cem e quando está próximo dos 50 pontos mostra que os estoques efetivos estão de acordo com o planejado pelas empresas.
A insatisfação dos empresários com a situação financeira e a margem de lucro das empresas diminuiu. “Após atingirem seus mínimos históricos no primeiro trimestre, os índices de satisfação com a margem de lucro e com a situação financeira aumentaram pelo segundo trimestre consecutivo”, informa a entidade. O indicador de situação financeira foi de 41,5 pontos e o de margem de lucro operacional alcançou 36,4 pontos no terceiro trimestre. Ambos, contudo, continuam abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa a satisfação da insatisfação.
Além disso, o índice de evolução dos preços de matérias-primas recuou para 59,3 pontos no terceiro trimestre. “Trata-se do quarto recuo consecutivo do indicador, ou seja, o ritmo de crescimento dos preços vem se desacelerando desde o quarto trimestre de 2015. No período, o índice acumula recuo de 9,9 pontos”, disse a entidade.
De acordo com a confederação, os estoques ajustados e a melhora, ainda que pequena, dos indicadores da situação financeira das empresas são importantes, porque aumentam as possibilidades de recuperação da indústria no futuro.
A sondagem também apontou os principais obstáculos enfrentados pelas empresas no terceiro trimestre. A elevada carga tributária, com 43,7% das respostas, ficou em primeiro lugar. Em seguida, com 41,8% das menções, aparece a demanda interna insuficiente e, em terceiro lugar, com 27,9% das assinalações, os empresários citaram a taxa de juros elevadas.
Em outubro, as perspectivas dos empresários em relação aos próximos seis meses estão menos otimistas do que em setembro. O índice de expectativa de demanda caiu 2,6 pontos em relação a setembro e ficou em 52,3 pontos. O indicador de expectativa de compras de insumos e matérias-primas caiu para 49,7 pontos e o de exportações recuou para 50,8 pontos. “Não há mais expectativa de aumento de compras de matérias-primas ou de aumento da quantidade exportada”, diz a pesquisa.
O indicador de expectativa de evolução do número de empregados também caiu para 46 pontos, o que significa que os empresários não pretendem contratar nos próximos seis meses. Os indicadores de expectativa variam de zero a cem pontos. Abaixo que 50 mostram que as perspectivas são de queda.
Com perspectivas menos otimistas, a disposição dos empresários para investir continua baixa. O índice de intenção de investimento ficou em 43,5 pontos em outubro. Embora esteja 4,2 pontos abaixo da média histórica, o indicador não apresenta queda há seis meses consecutivos e está 2,8 pontos acima dos 40,7 pontos registrados em outubro do ano passado.
A Sondagem Industrial foi feita entre 4 e 14 de outubro com 2.457 empresas. Dessas, 1.011 são pequenas, 886 são médias e 560 são de grande porte, informou a CNI.
Com Agência Brasil
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