O que está por trás da decisão do BC de cortar os juros para 14%

19 de outubro de 2016 Por Redação

Depois de manter por 9 vezes seguidas a taxa básica de juros em 14,25% o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a Selic em 0,25%. A decisão foi unânime e já era esperada pela maioria dos analistas do mercado financeiro. O último corte na Selic ocorreu em 2012.

Os juros altos sãos a principal ferramenta usada pelo BC para frear a inflação. A consequência é que o crédito fica mais caro e consumo cai. Uma redução na taxa de juros é importante porque ajuda na recuperação da economia.

Em nota, o Copom afirma que o conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugere atividade econômica um pouco abaixo do esperado no curto prazo, com a inflação recente mostrando-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos.

No documento, o Comitê identifica riscos domésticos para o cenário básico para a inflação. Entre, eles cita o processo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia, que envolve incertezas. O Copom salienta que outros riscos estão relacionados ao período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta, o que pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação, e por fim, sinais de pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta.

O Comitê salienta, no entanto, que a inflação mostrou-se mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário. Além disso, ressalta a nota, “o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom e os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado”.

O BC avalia que no âmbito externo, o cenário ainda “apresenta interregno benigno para economias emergentes. No entanto, as incertezas sobre o crescimento da economia global e, especialmente, sobre a normalização das condições monetárias nos EUA persistem”.