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Saiba para onde a maioria das pessoas destinou seu dinheiro em 2020

 

 

O ano de 2020 foi atípico para o Mercado Financeiro e para os investimentos no Brasil. Ao mesmo tempo em que alcançamos o recorde de pessoas físicas investindo em renda variável, tivemos também a maior captação líquida da história da caderneta de poupança no país.

Por um lado, foram mais de 3 milhões de investidores na Bolsa de Valores brasileira, a B3. Por outro, foram mais de R$166 bilhões alocados para a caderneta de poupança [1]. A aplicação obteve em 2020 o pior rendimento da história. Esse baixo rendimento aconteceu por conta da redução da Taxa SELIC. A taxa de juros básica do país caiu para 2%. Com isso, o rendimento da Caderneta de Poupança ficou estimado em apenas 1.4% ao ano, já que ele corresponde a 70% da SELIC.

Você sabe o que isso significa? Isso quer dizer que se você colocar R$1000,00 hoje na poupança, daqui um ano você terá apenas R$14,00 a mais. Isso mesmo, em doze meses, os baixíssimos rendimentos farão você receber apenas catorze reais a mais. Entretanto, este baixo retorno não foi um impeditivo para a maioria dos brasileiros depositarem suas economias na aplicação. O ano de 2020 bateu o recorde de captação líquida – a diferença entre depósito e retirada. Para se ter uma noção do quanto esses mais de R$166 bilhões são relevantes, em 2019, foram “apenas” R$13,3 bilhões. A marca supera (e muito) o recorde anterior de 2013, quando a aplicação havia captado R$71,05 bilhões.

Victor Oliveira, especialista em finanças do Guia55 [2], afirma que a procura pela poupança na hora de “investir”, mostra como ainda faltam muitas informações ao brasileiro. “O desconhecimento acaba atraindo os brasileiros para esse conservadorismo da caderneta. Mesmo com a poupança batendo recordes atrás de recordes de desvalorização, ela foi o produto que mais captou em 2020. Ainda que não seja cobrado o Imposto de Renda ou outros custos sobre o dinheiro colocado lá, a rentabilidade está abaixo da inflação. Ou seja, você tem seu dinheiro desvalorizado ao fim do ano. Além disso, ela perde para aplicações parecidas, como fundos DI ou o Tesouro Selic”, completa.

Como organizar a sua vida financeira e começar a investir:

Você possui dívidas? Tem o costume de gastar mais do que ganha? Se você tiver respostas positivas a estas perguntas, o primeiro passo deve ser o de mudança de mentalidade. Organize o quanto antes o seu orçamento, corte os gastos desnecessários e negocie suas dívidas. Não faça nunca dívidas para investir em renda fixa ou variável. Os juros de um empréstimo pessoal, do cheque especial e do cartão de crédito são maiores dos que o que você terá com um investimento.

Organize a sua reserva financeira. O ideal é que você possua dinheiro suficiente guardado para manter as contas pessoais (água, luz, aluguel, condomínio, etc.) por 6 a 12 meses, caso aconteça algum imprevisto. Algumas sugestões para deixar este dinheiro são o Tesouro SELIC ou fundo DI (com taxa zero). O ideal é destinar pelo menos 20% do salário todo mês para montar esta reserva. A dica aqui é imaginar que ganha 20% a menos. Lembre-se de retirar este valor ao receber o salário e não ao final quando “sobrar”.

Agora sim, sem dívidas e com uma reserva garantida, é hora de conhecer o seu perfil investidor: moderado, arrojado ou agressivo. Isso será fundamental para você saber quais serão as aplicações mais indicadas para você.

Já tem a reserva de emergência e o perfil definido? Pronto, já pode começar a pensar em diversificar os investimentos para aumentar os seus rendimentos. Mas lembre-se: estude, estude muito! Assim você evita algumas séries de erros comuns de quem recém começou a investir [3]. Pode não ser simples, mas é muito possível obter rendimentos acima da média no Mercado Financeiro.