IPCA tem deflação em maio

10 de junho de 2020 Por Redação

inflação

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio foi de -0,38%, enquanto a taxa registrada em abril foi de -0,31%. Essa é a menor variação mensal desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula queda de 0,16% e, nos últimos doze meses, alta de 1,88%, abaixo dos 2,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa havia ficado em 0,13%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram deflação em maio. O maior impacto negativo do mês, -0,38 ponto percentual (p.p.), veio dos Transportes, cuja queda de 1,90% foi menos intensa que a de abril (-2,66%). Outros destaques foram Vestuário e Habitação, que recuaram 0,58% e 0,25% respectivamente. No lado das altas, Artigos de residência subiu 0,58% ante o recuo do mês anterior (-1,37%). Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a abril (1,79%). Os demais ficaram entre a queda de 0,10% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,24% em Comunicação.

Assim como em abril, o resultado do grupo Transportes (-1,90%) foi influenciado pela variação nos preços dos combustíveis (-4,56%). O maior impacto sobre o índice do mês foi negativo (-0,20 p.p.) e veio, novamente, da gasolina (-4,35%), cuja queda foi menos intensa que a registrada em abril (-9,31%). O etanol seguiu o mesmo movimento, com variação de -5,96% em maio frente aos -13,51% de abril, enquanto o óleo diesel (-6,44%) apresentou resultado próximo ao do mês passado (-6,09%), com impacto de -0,01 p.p.

Já as passagens aéreas recuaram 27,14%, contribuindo com -0,16 p.p. no IPCA de maio. Todas as regiões pesquisadas registraram queda de preços, que foram desde os -15,55% em Rio Branco até os -34,54% em Campo Grande.

Ainda em Transportes, a variação negativa no subitem táxi (-0,11%) deve-se ao Rio de Janeiro (-0,52%), que cancelou, a partir de 22 de maio, o reajuste da tarifa em vigor desde janeiro deste ano.

No grupo Vestuário (-0,58%), houve quedas nas roupas femininas (-0,88%), nos calçados e acessórios (-0,74%), nas roupas masculinas (-0,55%) e nas roupas infantis (-0,29%). As joias e bijuterias, por sua vez, subiram 1,00%, por conta do subitem joia (1,67%).

Em Habitação (-0,25%), a maior contribuição negativa (-0,02 p.p.) veio da energia elétrica (-0,58%). Em maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até o fim deste ano. As áreas apresentaram variações que foram desde a queda de 6,10% em Fortaleza até a alta de 3,26% em Goiânia. No subitem gás encanado (-0,76%), a queda se deve à redução média de 2,60% nas tarifas do Rio de Janeiro (-2,53%), vigentes desde 1º de maio.

O grupo Artigos de residência (0,58%) apresentou a maior variação positiva do mês, influenciado pela alta dos artigos de TV, som e informática (4,57%), que contribuíram com 0,03 p.p. no IPCA de maio. Os preços dos eletrodomésticos e equipamentos (1,98%) também subiram, e os itens de mobiliário caíram 3,17%, comportamento parecido com o do mês anterior (-2,92%).

Já o grupo Alimentação e bebidas (0,24%) desacelerou em relação a abril (1,79%). Os preços de itens como a cenoura (-14,95%) e as frutas (-2,10%) recuaram em maio, contribuindo para que a alimentação no domicílio passasse de 2,24% para 0,33%. No lado das altas, os destaques foram a cebola (30,08%), a batata-inglesa (16,39%) e o feijão carioca (8,66%). As carnes subiram 0,05%, após quatro meses consecutivos de queda.

A alimentação fora do domicílio também desacelerou de abril (0,76%) para maio (0,04%). O lanche passou de alta de 3,07% para 0,83% e a refeição registrou queda mais intensa, passando de -0,13% em abril para -0,34% no IPCA de maio.

As 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em maio. O menor índice ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte (-0,60%), com a queda nos preços da gasolina (-6,61%) e das passagens aéreas (-28,14%). Já o maior resultado foi na região metropolitana do Recife (-0,18%), devido às altas nos preços da cebola (31,31%) e do automóvel novo (1,86%) e também da queda menos intensa nos preços da gasolina (-3,59%).

 

Fonte: IBGE