IPCA aponta deflação em setembro: -0,04%

9 de outubro de 2019 Por Redação

 

IPCA de setembro fica em -0,04%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro variou -0,04%, enquanto a taxa registrada em agosto foi de 0,11%. Este é o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o IPCA ficou em -0,22%. No acumulado do ano, o índice registrou 2,49% e, na ótica dos últimos 12 meses, ficou em 2,89%, abaixo dos 3,43% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2018, a taxa foi de 0,48%.

Três dos nove grupos pesquisados apresentaram deflação de agosto para setembro, com destaque para Alimentação e bebidas (-0,43%), grupo responsável pela maior contribuição negativa no IPCA de setembro, com -0,11 ponto percentual (p.p.). A maior queda veio de Artigos de residência (-0,76%), que contribuiu com -0,03 p.p. no índice do mês. No lado das altas, o destaque ficou com Saúde e cuidados pessoais, maior variação (0,58%) e maior impacto positivo (0,07 p.p.) no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Comunicação e a alta de 0,27% em Vestuário.

O grupo Alimentação e bebidas (-0,43%) apresentou queda mais intensa na comparação com o mês anterior (-0,35%), especialmente por conta da alimentação fora de casa, cuja alta passou de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro. A refeição registrou queda de preços (-0,06%), e o lanche apresentou alta de 0,17%, frente à variação de 0,47% observada no mês anterior.

Já a alimentação no domicílio (-0,70%) caiu pelo quinto mês consecutivo, embora esta tenha sido menos intensa que a registrada em agosto (-0,84%). Os destaques foram o tomate (-16,17%), maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,04 p.p.), a batata-inglesa (-8,42%), a cebola (-9,89%) e as frutas (-1,79%). No lado das altas, o leite longa vida (1,58%) e as carnes (0,25%) apresentaram variações positivas após as deflações verificadas em agosto (de -0,33% e -0,75%, respectivamente).

Em Artigos de residência (-0,76%), as quedas nos preços dos eletrodomésticos e equipamentos (-2,26%) e dos itens de Tv, som e informática (-0,90%) contribuíram para a variação negativa observada no mês.

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,58%), o destaque ficou com os itens de higiene pessoal, com 1,65% de variação e 0,04 p.p. de contribuição, maior impacto positivo no IPCA de setembro. Além disso, a aceleração do subitem plano de saúde (de 0,03% em agosto para 0,57% em setembro) deve-se à apropriação integral da fração mensal do reajuste de 7,35% autorizado, em 23 de julho, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a ser aplicado nos planos individuais novos – aqueles com contratos vigentes a partir de 1999.

Após o resultado de 1,19% em agosto, o grupo Habitação teve ligeira alta de 0,02% em setembro. A energia elétrica (0,00%) ficou estável na comparação com o mês anterior, principalmente em virtude da manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,00 para cada 100 quilowatts-hora consumidos na conta de luz. Em Belém (0,72%), houve reajuste de 1,94% no valor das tarifas, vigente desde 7 de agosto. Nessa mesma data, entrou em vigor a redução de 6,48% nas tarifas residenciais em Vitória (0,10%), onde a variação positiva se deveu ao aumento da alíquota de PIS/COFINS. Em São Luís (-6,97%), houve redução nas tarifas da ordem de 3,94%, a partir do dia 28 de agosto.

Ainda em Habitação, destaca-se o resultado do item gás de botijão (-0,17%), após o reajuste de 3,16% anunciado pela Petrobras no preço do botijão de gás de 13 kg, nas refinarias, a partir de 9 de setembro. Já o resultado da taxa de água e esgoto (0,09%) é consequência dos reajustes de 8,73% e 4,93% em Belo Horizonte (0,56%) e Vitória (0,32%), respectivamente, ambos vigentes desde 1º de agosto.

O grupo dos Transportes (0,00%) ficou estável na passagem de agosto para setembro. Os preços dos combustíveis (0,12%) subiram, puxados pelas altas do etanol (0,46%) e do óleo diesel (2,56%). Já a gasolina (-0,04%) mostrou ligeira queda, menos intensa que a do mês anterior (-0,45%), com as áreas variando entre a deflação de 1,66% em Porto Alegre e a alta de 2,80% em Goiânia. Ainda no lado das quedas, destaca-se a redução nos preços das passagens aéreas (-1,54%), com impacto de -0,01 p.p. no índice do mês.

Quanto aos índices regionais, a maior variação ficou com o município de Goiânia (0,41%), principalmente por conta da alta no preço da gasolina (2,80%). Já o menor índice ocorreu em São Luís (-0,22%), em função da queda de energia elétrica (-6,97%). No dia 28 de agosto, houve redução de 3,94% nas tarifas praticadas na capital maranhense.