Mercado teme que prisão de Temer atrapalhe reforma da Previdência; Ibovespa afunda

21 de março de 2019 Por Redação

Atualizado às 14h06min

Ibovespa

O Ibovespa aumentou as perdas após a prisão do ex-presidente Michel Temer. No horário acima, caía -1,78% aos 95.860 pontos.

O mercado digere a notícia e, em um primeiro momento, avalia que a detenção de Temer e de Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia, ambos do MDB, pode prejudicar o andamento da reforma da Previdência.

O MDB tem maioria no Senado e, na ânsia de lutar pela sobrevivência política após a prisão de seus caciques, pode pressionar mais o Planalto.

Além disso, pode haver uma série de “ruídos” no Congresso entre representantes da chamada velha política e parlamentares novos, o que dificulta um consenso mínimo em torno da reforma.

Dólar salta após prisão de Temer

O dólar comercial subia +1,62% cotado em R$ 3,83.

Suzano

A alta do dólar impactava positivamente os papéis da Suzano (SUZB3), que liderava os ganhos no Ibovespa.

Eletrobras

As ações da Eletrobras (ELET3), que estavam entre as maiores altas do Ibovespa, viraram para queda.

Mais cedo o mercado havia se animado com a notícia de que o governo decidiu acelerar os planos de privatização da estatal.

Os Ministérios de Economia e de Minas e Energia decidiram tentam viabilizar uma solução ainda este ano. O modelo deve ser definido até junho e a previsão é que a arrecadação chegue R$ 12,2 bilhões.

Vale

Os papéis da Vale (VALE3) subiam. A mineradora anunciou na véspera que obteve decisão judicial favorável à retomada das atividades da barragem Laranjeiras e, consequentemente, da Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).

As operações estavam interrompidas desde o início de fevereiro, quando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) atendeu um pedido do Ministério Público do estado (MPMG).

Lojas Americanas

As ações da Lojas Americanas (LAME4) caíam mais de 6%. O lucro líquido da Lojas Americanas caiu no 4T18 e subiu no ano de 2018.

B2W

As ações da B2W (BTOW3) também estavam entre as maiores baixas do índice. O prejuízo da B2W aumentou no 4T18.

Clima ruim na Câmara

A liderança do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o anúncio do relator da Previdência na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) foi adiado. Em nota, afirma que depois de uma reunião com líderes partidários, ficou acordado que não haverá a indicação do relator até que o governo, através do Ministério da Economia, apresente um esclarecimento sobre a reforma e a reestruturação dos militares.

Dessa forma, o calendário de votações na CCJ poderá ser alterado, o que é ruim para o trâmite da reforma da Previdência.

Mercado repercute previdência dos militares e outros destaques

O mercado não gostou da proposta de reforma da Previdência dos militares. Nesta quinta os investidores continuam repercutindo o projeto.

O texto enviado ao Congresso propõe economia de R$ 10,45 bilhões em 10 anos, abaixo do esperado. Além disso, segundo analistas, a reestruturação da carreira dos militares, que vai ter um custo de R$ 86,65 bilhões, pode gerar ‘ruídos’ no Câmara e atrapalhar o trâmite da reforma da Previdência dos civis.

O projeto dos militares irritou líderes partidários até da base do Planalto. O delegado Waldir (PSL-GO), que representa o partido de Bolsonaro, afirmou que a proposta vem em “momento difícil”.

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