BRF contrata R$ 1,1 bilhão do Bradesco

2 de julho de 2018 Por Redação

BRF

 

O conselho de administração da BRF (B3:BRFS3; NYSE: BRFS) em reunião realizada no dia 29 de junho de 2018, aprovou, por unanimidade de votos, a contratação e desembolso, junto ao Banco Bradesco, de Nota de Crédito à Exportação (NCE) no montante de aproximadamente R$1,1 bilhão de reais, equivalentes a US$280 milhões, com juros semestrais e vencimento em 05 de junho de 2023.

A informação foi divulgada nesta segunda, 2.

“A BRF vem demonstrando intenso foco na administração de seu passivo, objetivando a extensão do prazo médio de seu endividamento e priorizando a manutenção da sua robusta posição de liquidez de curto prazo”.

Na última sexta-feira a BRF informou em fato relevante que seu conselho de administração aprovou o plano de reestruturação operacional e financeira da companhia.

Segundo a empresa, o objetivo é melhorar sua estrutura de capital, por meio da redução de sua alavancagem.

“O plano contempla, também, o reforço de seus processos de qualidade e gestão. O ponto de partida desse plano é a decisão da companhia de focar as suas operações no mercado doméstico brasileiro, na Ásia e no mercado muçulmano, neste último caso atendido por plantas exclusivas, que incluem os ativos de Banvit, na Turquia”, destacou a BRF.

“São mercados onde a companhia está entre as posições de liderança e tem fortes vantagens competitivas”, afirmou.

Está prevista no plano a venda de unidades operacionais na Europa, Tailândia e Argentina.

“Importante ressaltar que a venda desses ativos não exclui a exportação para esses mercados”, ressaltou a BRF.

O plano também abrange a venda de ativos imobiliários e não operacionais, e de participações minoritárias em empresas.

Uma outra iniciativa é a realização de operação de securitização de recebíveis.

A previsão é arrecadar aproximadamente R$ 5 bilhões com as medidas acima destacadas, fazendo com que a razão entre a dívida líquida e o EBITDA fique em torno de 4,35x em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos referentes às restrições parciais de exportação para o mercado externo, e abaixo de 3,00x em dezembro 2019.

A BRF afirmou que o plano aprovado pelo conselho de administração não contempla a emissão de novas ações.

O reforço no caixa decorrerá, também, de uma melhor gestão de estoques de matéria-prima (congelados) e de produto acabado.

Neste sentido terá continuidade o plano de reestruturação fabril, que tem como principal objetivo a readequação da estrutura produtiva à demanda de mercado.

Em andamento desde março deste ano, a iniciativa incluiu readequação nas linhas de produção, férias coletivas e a redução de cerca de 5% do quadro de funcionários nas operações fabris no Brasil.

Ao longo dos próximos 60 dias, os ajustes finais serão implementados em 22 das 35 unidades fabris no país.

“Com o objetivo de minimizar os impactos dessas reduções nas comunidades locais, a companhia adotou medidas como o aproveitamento do turnover voluntário das plantas e a realocação das equipes. A BRF tem buscado o diálogo com os produtores integrados afetados por essas medidas a fim de esclarecer dúvidas e informar sobre os próximos passos”, informou a BRF.

Segundo a companhia, os esforços para otimização de custo e ampliação da rentabilidade também incluem a simplificação da estrutura organizacional com redução do número de vice-presidências de 14 para 10, divididas em três grandes áreas.

Serão três vice-presidências, com foco em mercados: Brasil, Halal e Internacional. Na frente operacional, serão também três vice-presidências: Operações, Planejamento Operacional (S&OP) e Qualidade; e quatro vice-presidências corporativas: Finanças e Relações com Investidores, Planejamento Estratégico e Gestão, Recursos Humanos e Serviços Compartilhados, e Institucional e Compliance.

A alta administração da BRF traçou como objetivo para toda a organização o retorno de suas ações ao ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e Dow Jones Sustentability Index – Emerging Markets, que listam as empresas referência em sustentabilidade nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque, respectivamente.

“Esse conjunto de medidas é pré-condição necessária para a formulação do planejamento estratégico da companhia, que será aprovado até o final do próximo mês de agosto, cujo objetivo principal será o estabelecimento de estratégia de crescimento sustentável, a ser implementada com disciplina e excelência em todos os campos em que a BRF atua”, destacou a empresa no fato relevante.