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Os viéses de sua mente que podem prejudicar seu bolso

 

cerebrodinheiro

 

‘A Bolsa de Valores subiu forte nas últimas semanas, então as altas significativas vão continuar nos próximos meses’. Se afirmações desse tipo lhe vêm à cabeça todas as vezes que você vê as cotações das empresas subindo, cuidado: sua mente pode estar lhe enganando.

Os estudiosos das Finanças Comportamentais dão um nome a primeira vista estranho para isso: chama-se ‘fenômeno da representatividade’.

Eles explicam que as informações que recebemos no presente ou no passado recente exercem importante influência sobre nossos julgamentos e consequentemente na tomada de decisão.

Isso explica por que é tão comum que após um ou dois meses no positivo, a Bolsa de Valores receba mais investimentos de pessoas físicas mesmo que não exista qualquer fundamento de que a alta vai continuar.

O perigo do viés da representatividade

O viés da representatividade esconde um perigo: o investidor entrar na Bolsa comprando ações em um momento que os ativos já estão caros.

Ocorre que se a Bolsa se valorizou 10% ou 20% por cento em poucas semanas, os especuladores (que investem para obter ganhos no curto prazo) já entraram, ganharam e vão querer se desfazer de seus papéis para embolsar o lucro. Nesse momento, pode ocorrer a realização desses lucros, em outras palavras, a ação passa a cair. Quem comprou na alta vai ter prejuízo, a menos que fique com o papel por um longo tempo.

Como se defender da ‘representatividade’

Esse viés ocorre com tanta frequência que levou a criação da famosa frase (obrigatória nos anúncios de certos produtos financeiros): “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”.

Ninguém está imune a cometer esse tipo de erro, nem mesmo os mais experientes.

A representatividade ocorre também quando nos deparamos com outras aplicações como na renda fixa ou imóveis. O setor imobiliário, por exemplo, acumulou valorização expressiva até 2014. Especialistas avialiavam que os preços teriam correção, pois os indicadores macroeconômicos já mostravam que o Brasil passaria por uma recessão. Quem comprou imóvel naquela época esperando um novo ciclo de valorização se arrependeu, salvo raras exceções onde os preços continuam em alta. Já quem esperou mais um pouco, pode escolher ofertas interessantes em meio à crise para adquirir um apartamento ou casa.

Para evitar que as informações que recebemos no presente ou no passado recente exerçam influência sobre nossos julgamentos, e por consequência na tomada de decisão, o ideal é ouvir a opinião de diferentes especialistas do mercado antes de fazer qualquer aplicação. Confie em pessoas certificadas para isso.

É importante que se analise um produto financeiro dentro em um contexto macroeconômico e não isoladamente. Cuide para não simplificar a escolha.

Para quem investe em ações, a dica é se perguntar: “quero comprar uma ação para especular ou para o longo prazo?” Se for para especular, use ferramentas de manejo de risco, como análise de gráficos. Se você não domina esse conhecimento, é interessante fazer um curso.

Já quem quer fazer operações pensando no longo prazo, é importante avaliar os fundamentos da empresa e se questionar se a ação está cara ou barata. Verifique se a companhia dá lucro, tem boa gestão, paga dividendos e tem dívida sobre controle. Caso não domine os conhecimentos de análise de fundamentos, vale a pena também investir em um curso.

Dessa forma irá qualificar suas decisões e evitar que sua mente tome alguma medida enviesada.

 

 

 

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