14 de setembro de 2017 Por Redação

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Três lições do cofundador da Netflix para criar uma cultura de sucesso

“A diferença entre ser bem sucedido e fracassar está na capacidade de tomar decisões”, dispara o cofundador da Netflix, Mitchell Lowe, em sua participação na Campus Party, no começo deste ano. Até então, nenhuma novidade para quem acompanha de perto a rotina de uma startup. Mas como tomar a melhor decisão? Três aspectos são fundamentais para ele: a cultura da empresa, as pessoas e um sistema que possibilite a tomada de decisões.

A Netflix e a destruição criativa

Grandes decisões marcaram a história da Netflix, uma das mais conhecidas startups entre as cinco por onde Lowe passou. Fundada em 1998, a queridinha dos filmes por streaming começou com uma ideia simples: permitir que as pessoas alugassem ou comprassem DVDs sem sair de casa. No ano seguinte a empresa já vendia e alugava milhões de DVDs, mas havia algo errado.

Muitas pessoas alugavam um filme, mas não voltavam a procurar o serviço. “Nesse momento tivemos que tomar uma terrível decisão, uma das mais difíceis: abrir mão de uma receita de 10 milhões de dólares com a venda a “la carte” de DVDs e focar no serviço por assinatura. Uma lição extraordinária é foco. Faça apenas as coisas que você consegue fazer melhor do que ninguém. No nosso caso, isso era a assinatura”, lembra.

A empresa passou outras mudanças significativas, que envolveram decisões complexas: a adoção do streaming em 2008 e, mais recentemente, com o aumento da concorrência, o foco em produções originais. “O que fez a Netflix sobreviver e crescer? Não foi porque começamos com uma grande ideia. É porque temos a cultura, as pessoas e os sistemas que nos permitem evoluir à medida em que o mundo muda”, avalia Lowe.

As melhores pessoas

Para Lowe, uma boa equipe não é aquela formada pelos mais inteligentes ou mais experientes. É preciso ter um “mix”. “As pessoas que me deram as melhores informações foram as que estavam em seu primeiro emprego e não entendiam o ‘politicamente correto’. Elas diziam o que vinha à mente. Elas foram valiosas porque me disseram o que estava certo e o que estava errado”.

Na Redbox, Mitch Lowe adotou um exótico sistema de contratação de funcionários. Para ser admitido, o candidato tem que ser aprovado por 12 colaboradores de diferentes áreas. Segundo ele, isso faz com que os funcionários se sintam responsáveis pela companhia. Para que os funcionários vistam a camisa da empresa, é preciso construir um ambiente em que as pessoas se sentem comprometidas, um lugar em que elas querem vir trabalhar. “Para que isso aconteça, é preciso dar liberdade e flexibilidade”, afirma.

Peneirando dados

Lowe afirma que dados (seja da empresa, do setor em que atua, ou sobre o desempenho dos colaboradores) são fundamentais para a tomada de decisão, mas faz algumas ressalvas. “Com enormes quantidades de informações chegando até você, como decidir o que é verdadeiro ou não? Muitas vezes, ao fazer uma pesquisa, ela aponta exatamente para o que você acredita. Sempre tome cuidado essas informações”, alerta. Com funcionários engajados e dados em mãos, Lowe faz uma última recomendação e, talvez, a mais importante: “Tenha coragem. Não há nada pior para uma empresa do que não tomar uma decisão”.

 

 

 

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